Bento XVI apela à paz em Timor

Bento XVI manifestou hoje a sua preocupação com a situação em Timor-Leste, apelando à “pacificação dos espíritos e ao regresso à normalidade”. “O meu pensamento vai para a querida Nação de Timor-Leste, nestes dias envolvida em tensões e violências, que provocaram vítimas e destruições”, disse no final da audiência geral desta manhã, no Vaticano, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. O Papa encorajou a Igreja e as organizações católicas a “continuar, junto com outras organizações internacionais, o compromisso de assistência aos refugiados”. Bento XVI convidou os católicos a rezarem, por intercessão da Virgem Maria, para que “apoie com a sua intercessão materna” os esforços dos que procuram uma resolução para a crise”. A Obra Salesiana de Díli, um dos centros em que a população se preferiu refugiar para evitar a violência, acolhe neste momento mais de 10.000 refugiados. Apesar do empenho dos Salesianos e a colaboração da Igreja local e da própria população, os bens de primeira necessidade começam a faltar e isso gera uma grande preocupação. Ontem, o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca, revelou à Agência ECCLESIA que o organismo assistencial acompanha a actual situação que se vive em Timor e vai anunciar, nos próximos dias, uma iniciativa de apoio àquele povo. Não obstante a melhoria da situação, muitas pessoas que abandonaram as suas casas recusam-se a sair dos abrigos temporários. A onda de violência em Díli, capital do Timor-Leste, teve início em Março, quando o primeiro-ministro Alkatiri dispensou 591 soldados do leste do país, quase 40% de todo o Exército. Nos últimos dias, tem-se vivido no caos por grupos rivais que se enfrentam nas ruas, por incêndios e milhares de refugiados. Os alertas para a existência de uma crise humanitária no país aumentam a cada momento. Por outro lado, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, admitiu que as Nações Unidas poderão ter retirado as suas forças de paz de Timor-Leste demasiado cedo. Falando a jornalistas em Nova Iorque, Annan classificou a situação em Timor-Leste como “triste e trágica”.

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