Bento XVI ao encontro do Médio Oriente

Encontro com a pequena comunidade católica e missa por ocasião da publicação do documento preparatório do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente são alguns dos pontos mais aguardados da viagem

Bento XVI inicia esta Sexta-feira a primeira visita de um Papa a Chipre, país com cerca de 25 mil são católicos, pouco mais de três por cento da população, estimada em 800 mil habitantes.

Um barco empurrado pelo vento – uma das imagens do Espírito Santo –, uma vela com os contornos do país e uma rede lançada ao mar com alguns peixes já apanhados – símbolo da conversão à mensagem evangélica – constituem os elementos gráficos que ilustram a visita do Papa àquela ilha do Mediterrâneo oriental.

O território acolhe uma diocese e treze paróquias, que têm ao seu serviço dois bispos, 12 padres diocesanos e 18 pertencentes a congregações, 12 religiosos e 42 religiosas, assim como um seminarista.

A Igreja é responsável por 18 escolas primárias e pré-primárias e quatro do ensino secundário, frequentadas por cerca de 6300 estudantes, além 12 unidades de saúde.

Do ponto de vista do diálogo ecuménico, a viagem vai ser marcada pela visita à sede arquidiocesana ortodoxa de Nicósia, onde almoça com o arcebispo Crisóstomo II.

A 6 de Junho, Bento XVI preside à missa por ocasião da publicação do instrumento de trabalho da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, que decorre em Roma no mês de Outubro.

Para o coordenador da visita do Papa, o arcebispo maronita de Chipre, Youssef Soueif, Bento XVI “é um homem de diálogo, de paz e de justiça”, pelo que a sua estadia” vai reforçar todos esses valores dos quais a nossa sociedade tem necessidade”.

Por seu lado, a Igreja Ortodoxa Cipriota assinalou que a visita de Bento XVI é um “sinal de amor e fraternidade” e uma oportunidade para apresentar a sua “longa experiência de multiculturalismo, mostrando como católicos, ortodoxos e muçulmanos podem viver juntos apesar das diferenças religiosas”.

Porquê Chipre?

O director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, dá voz às inquietações de “muitas pessoas”, que “perguntam por que é que o Papa vai a Chipre para se encontrar com os bispos do Médio Oriente e entregar-lhes as directrizes para o próximo Sínodo, o grande encontro eclesial marcado para o próximo mês de Outubro”.

“A resposta – afirma – é muito simples. Só temos de ler os Actos dos Apóstolos, a narração dos primeiros passos do anúncio do Evangelho ao mundo depois da Ressurreição de Jesus”.

No editorial que escreveu para a Rádio Vaticano, o sacerdote recorda que a ilha é mencionada seis vezes naquele livro bíblico, tendo sido, por exemplo, a primeira paragem da primeira viagem do apóstolo São Paulo.

O território, salienta o porta-voz do Vaticano, também é importante por se situar numa “encruzilhada estratégica, e por isso também cultural e espiritual, numa região com uma história intimamente ligada à Terra Santa”.

A ilha, lembra o responsável, está numa rota usada por peregrinos judeus e cristãos de e para Jerusalém, sendo também ponto de passagem entre Este e Oeste e entre Ásia e Europa.

Além de ser a “continuação ideal da visita do Papa a Malta, viajando ao longo do Mediterrâneo em direcção a Oriente”, a visita também evoca a “viagem fundamental” que Bento XVI fez à Terra Santa.

Por estes motivos, conclui o Pe. Federico Lombardi, Chipre convida ao anúncio do Evangelho, “numa região querida de todos os crentes mas que continua a experimentar demasiado sofrimento e divisão”.

Programa

Sexta-feira, dia 4

08h30 – Saída do Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Fiumicino (Roma) para Paphos

12h00 – Chegada ao Aeroporto Internacional de Paphos. Cerimónia de boas-vindas. Discurso

13h15 – Chegada à igreja de Agia Kiriaki Chrysopolitissa de Paphos

13h30 – Celebração Ecuménica na área arqueológica da igreja. Discurso

Sábado, dia 5

Nicósia

07h15 – Visita de cortesia ao Presidente da República no Palácio Presidencial de Nicósia

07h45 – Encontro com as Autoridades civis e com o Corpo Diplomático no jardim do Palácio. Discurso

8h45 – Encontro com a comunidade católica de Chipre no Campo Desportivo da Escola Básica de São Maron de Nicósia. Discurso

10h15 – Visita de cortesia a Crisóstomo II, Arcebispo de Chipre na Arquidiocese Ortodoxa de Nicósia. Saudação

11h30 – Almoço com Crisóstomo II e com as respectivas delegações na Arquidiocese Ortodoxa de Nicósia

15h30 – Missa com sacerdotes, religiosos, religiosas, diáconos, catequistas e exponentes de movimentos eclesiais de Chipre na igreja paroquial latina da Santa Cruz de Nicósia. Homilia

Domingo, dia 6

07h30 – Missa por ocasião da publicação do Instrumentum Laboris da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, no Palácio dos Desportos Eleftheria, de Nicósia. Homilia

Recitação do Angelus

11h00 – Almoço com os Patriarcas e os Bispos do Conselho Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, com Crisóstomo II e com os membros da comitiva papal na Nunciatura Apostólica de Nicósia

14h00 – Despedida da Nunciatura

14h30 – Visita à Catedral maronita do Chipre, em Nicósia. Saudação

Larnaca

15h45 – Cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional. Discurso

16h15 – Saída para Roma

19h45 – Chegada ao Aeroporto de Ciampino (Roma)

Nota: Horas de Portugal continental. Em Itália, mais uma hora; em Chipre, mais duas horas.

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Agência ECCLESIA

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