Crise não justifica casos de exploração e discriminação, alerta
Bento XVI lamentou nesta Segunda-feira a ocorrência de uma migração em massa devido à crise económica, deplorando as “condições indignas” de trabalho em que se encontram muitos imigrantes.
O Papa discursava perante os participantes no VI Congresso Mundial da Pastoral para os Migrantes e os Refugiados, que irá abordar até ao próximo dia 12 o tema “Uma resposta pastoral ao fenómeno migratório na era da globalização”.
“O fenómeno das migrações é antigo como a história da humanidade”, afirmou o Papa, destacando que actualmente é “complexo e vasto”.
“Mulheres, homens, meninos, jovens e velhos, milhões de pessoas tiveram de viver o drama da emigração. Muitos deles emigraram para poder sobreviver, para melhorar as próprias condições de vida”, disse.
Segundo Bento XVI, o fosse entre pobres e ricos “não pára de aumentar”. “A crise económica, com a sua enorme taxa de desemprego, reduz as possibilidades de encontrar um trabalho”, alertou.
O Papa convidou “os católicos a abrirem-se frente aos imigrantes, tendo em conta que não são um problema, mas um recurso que precisa de ser valorizado oportunamente”.
“Porque não considerar o actual fenómeno da imigração como uma condição a favor do entendimento entre os povos e a construção da paz e de um desenvolvimento que interesse a cada país?”, perguntou.
Na abertura dos trabalhos, o presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes, D. Antonio Maria Vegliò, afirmara que a imigração é um “fenómeno humano em contínua evolução e crescimento” e não deve ser tratado como um problema “de ordem pública”. O evento reúne 300 pessoas de 81 países, incluindo uma delegação portuguesa com quatro participantes.