Bento XVI alerta para «formas de opressão»

Mensagem para o Dia Mundial das Missões 20011 alerta para consequências da globalização e do relativismo

Cidade do Vaticano, 25 Jan (Ecclesia) – Bento XVI apelou hoje a um empenho da Igreja Católica pela “libertação de todas as formas de opressão” da humanidade e alertou para as consequências da globalização e do relativismo.

Na mensagem para o Dia Mundial das Missões 2011 (23 de Outubro), divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, o actual Papa cita Paulo VI (1897-1978) para afirmar não ser “aceitável que na evangelização se deixem de lado os temas que dizem respeito à promoção humana, à justiça” ou “desinteressar-se dos problemas temporais da humanidade”.

Falando em “mutação cultural, alimentada pela globalização, por movimentos de pensamento e pelo relativismo imperante”, Bento XVI critica uma “mentalidade e um estilo de vida que prescindem da mensagem evangélica, como se Deus não existisse”.

Nesse contexto, acrescenta, são exaltados “o lucro fácil, a carreira e o sucesso como objectivos da vida, em detrimento dos valores morais”.

O Papa lembra que os destinatários do Evangelho são “todos os povos da terra” e que a Igreja e os Cristãos não podem ficar tranquilos ao saber que “após dois mil anos ainda existem povos que não o conhecem e não escutaram sua mensagem de salvação”.

Bento XVI acrescentou uma referência aos que, tendo recebido o anúncio do Evangelho, “o esqueceram e abandonaram, e já não se reconhecem na Igreja” e aos “muitos ambientes da sociedade tradicionalmente cristã” que se mostram “refractários em abrir-se à palavra da fé”.

A missão, escreve, “é o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à humanidade e a cada pessoa que procura as razões profundas para viver em plenitude a sua própria existência”.

O Papa pede que a preocupação missionária se estenda a “todas as actividades” dentro da Igreja, de forma constante e não apenas de um modo “esporádico”.

“A atenção e a cooperação à obra evangelizadora da Igreja no mundo não podem estar limitadas a alguns momentos e ocasiões particulares e não podem ser consideradas como uma de tantas actividades pastorais”, aponta o documento.

O próprio Dia Mundial das Missões, acrescenta Bento XVI, “não é um momento isolado no decorrer do ano, mas é uma ocasião preciosa para questionar se e como se responde à vocação missionária, uma resposta essencial para a vida da Igreja”.

A mensagem papal sublinha que a evangelização exige solidariedade e que esse é um dos objectivos do Dia Mundial, que por meio das Obras Pontifícias Missionárias pede “ajuda para o desenvolvimento das tarefas de evangelização nos territórios de missão”.

“Trata-se de apoiar as instituições necessárias para estabelecer e consolidar a Igreja mediante catequistas, seminários, sacerdotes e contribuir para a melhoria das condições de vida das pessoas em países nos quais os problemas mais graves são os fenómenos da pobreza, da desnutrição, sobretudo infantil, das doenças, da carência de serviços sanitários e de educação”, assinala Bento XVI.

OC

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Agência ECCLESIA

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