Bento XVI recebeu esta manhã o Corpo da Guarda Suiça Pontifícia convidando todos os seus membros a serem sempre “bons cristãos e soldados exemplares”. O Papa recordou as celebrações comemorativas de 2006 por ocasião do V centenário de fundação daquele Corpo. “Tais celebrações – disse – contribuíram para fazer conhecer melhor a origem, história e valor do Corpo da Guarda Suiça e do testemunho significativo de fé e de amor que desde há mais de 500 anos é prestado à Igreja”. Amanhã, 38 novos recrutas prestarão o seu juramento numa cerimónia solene que assinala o aniversário do saque de Roma pelas tropas do imperador Carlos V, em 1527. O Papa Clemente VI salvou-se da ofensiva ao refugiar-se no castelo de Sant’Angelo, mas 147 Guardas perderam a vida ao defendê-lo. O Capelão da Guarda Suíça dá leitura ao juramento, que diz: “Juro servir com fidelidade, lealdade e honra o Supremo Pontífice João Paulo II e os seus legítimos sucessores, e dedicar-me a eles com todas minhas forças, sacrificando inclusive, se necessário, a minha própria vida para defendê-los. Assumo igualmente este compromisso relativamente ao Sacro Colégio dos Cardeais durante a duração da Sé Vacante. Prometo ainda ao Capitão Comandante e aos outros meus superiores respeito, fidelidade e obediência. Juro observar tudo aquilo que a honra da minha posição exige de mim”. Os recrutas confirmarão o juramento na sua língua natal (22 em alemão, 9 em francês, 2 em italiano) junto do vice-comandante, tocando com a mão esquerda na bandeira e levantando três dedos da mão direita para o céu, enquanto pedem a assistência “de Deus e dos seus Santos”. Os padroeiros da Guarda Suíça são S. Martinho de Tours, S. Sebastião e S. Nikalus von Flue, “defensor da paz e Pai da Nação” suíça. O Comandante e os 110 membros do corpo envergarão o uniforme de gala, que remonta aos tempos de Michelangelo. A Guarda Suíça Pontifícia, fundada pelo Papa Júlio II em 1506, é uma companhia de voluntários, recrutados em todas as partes da Suíça, organizados militarmente, para a custódia da pessoa do Papa e da sua residência. Outras tarefas são também a vigilância dos ingressos na Cidade do Vaticano, assim como serviços de segurança e de honra durante as funções religiosas e diplomáticas do Santo Padre. Uma representação da Guarda Suíça acompanha o Papa nas suas viagens ao exterior. O corpo é formado por 110 guardas e compreende 4 oficiais (coronel, tenente coronel, major e capitão), 1 capelão, 26 suboficiais e 79 soldados. O serviço dura dois anos, com possibilidade de renovação e promoção, até um máximo de 20 anos de serviço. Para fazer parte da Guarda Suíça é preciso ser católico, nascido nesse país, com uma altura superior a 1,74 metros e ter frequentado a recruta no exército suíço. Os soldados deverão ter até 30 anos e ser solteiros, sendo possível casarem-se depois de subirem de patente. Todos, sem excepção, vivem no Vaticano.