Bento XVI/África: Novo documento crítica organismos internacionais que promovem o aborto

Papa recusa qualquer «ambiguidade» sobre a posição católica nesta matéria

Ajudá, Benim, 19 nov 2011 (Ecclesia) – Bento XVI uniu-se hoje às críticas dos bispos africanos contra os organismos internacionais que promovem o aborto neste continente, justificando-o com a promoção da “saúde reprodutiva das mulheres”.

Numa passagem da na exortação apostólica pós-sinodal ‘Africae Munus’, ‘O serviço da África’, assinada ao início da tarde em Ajudá, Benim, na região ocidental do continente, o Papa afirma que “a posição da Igreja não tolera qualquer ambiguidade quanto ao aborto”.

“A criança no seio materno é uma vida humana que se deve proteger. O aborto, que consiste na supressão dum inocente ainda não nascido, é contrário à vontade de Deus, porque o valor e a dignidade da vida humana devem ser protegidos desde a conceção até à morte natural”, pode ler-se.

Bento XVI diz que são muitos os que “rejeitam uma sã doutrina a este respeito” – “indivíduos, associações, departamentos especializados ou Estados” -, desafiando os católicos a não temerem a “impopularidade”.

“A Igreja na África e ilhas adjacentes deve comprometer-se a ajudar e a acompanhar as mulheres e os casais tentados pelo aborto, e a estar ao lado de quantos fizeram a triste experiência do mesmo, a fim de educá-los para o respeito pela vida”, acrescenta.

Neste contexto, assinala-se que a Igreja “aprecia a coragem dos governos que legislaram contra a cultura da morte, da qual o aborto é uma expressão dramática, em benefício da cultura da vida”.

A exortação apostólica pós-sinodal encerra o processo da II Assembleia Especial para África do Sínodo dos Bispos, que decorreu no Vaticano, em outubro de 2009, sobre os temas da justiça, da paz e da reconciliação.

No documento, além da “banalização do aborto”, o Papa critica “a distorção do conceito de matrimónio e mesmo de família, a desvalorização da maternidade, a facilitação do divórcio e o relativismo duma «nova ética»”, sublinhando que “a família precisa de ser protegida e defendida para poder prestar à sociedade o serviço que dela se espera”.

A ‘Africae Munus’, com uma versão oficial em português, vai ser entregue este domingo aos 35 presidentes das Conferências Episcopais nacionais e aos sete responsáveis das Conferências regionais da Igreja Católica em África.

A viagem de Bento XVI ao Benim, segunda do Papa ao continente africano, inclui passagens por Cotonou, cidade mais populosa do país, e Ajudá (Ouidah), na antiga ‘Costa dos Escravos’, a 40 km da capital económica, entre sexta-feira e domingo.

OC

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