Bento XVI despede-se dos fiéis para iniciar uma semana de retiro de Quaresma
Bento XVI falou este Domingo dos bens materiais, da ambição e do poder como “tentações de Satanás” que os cristãos têm de combater obedecendo a Deus.
“Também hoje – disse – o homem conhece no seu interior a tentação do poder, da ambição e do hedonismo. E deve vencê-la graças à obediência a Deus”.
No primeiro fim-de-semana do tempo da Quaresma, que serve de preparação para a Páscoa na liturgia católica, o Papa dirigiu-se aos peregrinos na Praça de São Pedro e apresentou uma reflexão sobre o episódio bíblico que fala das tentações de Jesus no deserto.
“As tentações de Satanás – explicou – foram essencialmente três: a ligada à necessidade de bens materiais (a proposta diabólica de transformar o pão em pedras); o engano do poder, quando o Maligno ofereceu a Jesus o domínio sobre a inteira criação em troca de um acto de adoração; finalmente a ambição, ligada ao convite a efectuar um milagre espectacular; lançar-se das muralhas do Templo e fazer com que os anjos o salvem”.
Neste sentido, prosseguiu Bento XVI, “a Quaresma é como um longo retiro, durante o qual se tem de entrar de novo em si mesmo e escutar a voz de Deus, para vencer as tentações do Maligno”.
Estes 40 dias são, assim, “um tempo de combate espiritual que se deve viver juntamente com Jesus, não com o orgulho e presunção, mas usando as armas da fé, isto é a oração, a escuta da Palavra de Deus e a penitência”.
Nas palavras proferidas antes da recitação do Angelus, o Papa abordou o que significa entrar no itinerário quaresmal, a partir da experiência de Jesus. “Cristo veio ao mundo para nos libertar do pecado e do fascínio ambíguo de projectar a nossa vida prescindindo de Deus. Ele fê-lo não com proclamações altissonantes, mas lutando em primeira pessoa contra o Tentador até à Cruz”, indicou.
“Este exemplo – salientou Bento XVI – vale para todos: o mundo melhora começando por cada um, mudando, com a graça de Deus aquilo que não está bem na própria vida”.
No final do encontro com os peregrinos, o Papa pediu que cada um dos presentes reze “em particular por mim, e pelos meus colaboradores da Cúria Romana, que esta tarde iniciaremos os Exercícios Espirituais”.
Durante esta semana, estão suspensas todas as actividades de Bento XVI, incluindo a audiência geral de Quarta-feira.