Bens Culturais: Música aproxima os cristãos do divino

O musicólogo Rui Vieira Nery pede maior atenção ao património musical

Lisboa, 18 out 2012 (Ecclesia) – O musicólogo Rui Vieira Nery afirmou hoje em Lisboa, na celebração do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja, que a música serve para aproximar os cristãos do divino.

Na sua intervenção «Património de Música Sacra em Portugal: um acervo por resgatar», Rui Vieira Nery referiu, na Igreja da Memória, em Lisboa, que o património da Igreja que passou para o Estado, “em grande parte, foi sempre, nas mãos do Estado, um património mal amado”.

Nas últimas décadas, com o desenvolvimento da musicologia e centros de investigação tem existido “um esforço de levantamento e de recuperação”, frisou.

Com o tema «Tesouros escondidos – salvaguarda e proteção», no Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja – que se celebra a 18 de outubro – o musicólogo salientou que, atualmente, não se sabe “a totalidade dos fundos musicais que estão na Biblioteca Nacional de Portugal” e acrescenta: “existem maços que estão atados com cordéis à espera que alguém os abra”.

Segundo Rui Vieira Nery, ao longo do século XIX verificou-se uma “tendência preocupante” para o “divórcio entre a música sacra e a criação artística musical de ponta”.

“Ninguém ama o património, um papel de música, que não ouve”, acentua.

Na intervenção «Têxteis e paramentaria: um património invisível», a museóloga Manuela Pinto da Costa alertou os cerca de cem participantes para as condições dos têxteis nas igrejas e deixou algumas recomendações: “evitar acondicionamento próximo de canalizações, instalações sanitárias ou fontes de calor” e “não permitir o desmembramento de conjuntos de paramentos”.

Ainda na linha das recomendações, a museóloga alertou para que se proceda anualmente às peças fora de uso”.

A celebração do dia nacional dos bens culturais reúne vários dirigentes e responsáveis diocesanos.

A iniciativa encerra-se com a apresentação da tela do retábulo-mor da igreja da Memória, “obra referencial da pintura portuguesa setecentista, ausente do seu local de origem durante duas décadas”, adianta o Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja.

A instituição católica vai ainda apresentar a iniciativa “App 365 dias, 365 obras”, projeto que recorre às novas tecnologias para aproximar o património religioso da sociedade.

LFS

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