Diocese do Porto concluiu inventariação e catalogação dos bens culturais de quatro vigararias
A diocese do Porto concluiu o projecto de inventariação, catalogação e dinamização dos bens culturais das vigararias de Amarante, Lousada, Paços de Ferreira e Vale de Cambra. O encerramento deste processo foi assinalado por uma sessão pública, denominada «Fulgores dos Tempos».
Além da preservação da história das comunidades, a iniciativa pretende contribuir para testemunhar e anunciar a mensagem cristã, prolongando a finalidade original deste património, que consistia em auxiliar os membros da Igreja a viverem a sua fé.
Em entrevista ao programa ECCLESIA, D. João Miranda, Bispo auxiliar do Porto, recordou que o cuidado concedido a este legado pretende “torná-lo público, preservá-lo, expô-lo e dar-lhe um sentido de evangelização”.
O Pe. Manuel Amorim, do Departamento dos Bens Culturais da Igreja, explicou que o alargamento do processo a toda a diocese é um propósito que não pode ser dado como adquirido: “Já temos uma ideia do que vai ser no fim; se podemos ou não realizar esses objectivos, é outra coisa”.
“A razão de ser desta apresentação – acrescentou o responsável – tem a ver com uma candidatura que fizemos aos fundos comunitários, para mais um desenvolvimento.” Por isso, o encerramento desta fase marca o início de uma nova etapa no trabalho de valorização do património.
“Um mundo muito grande”
[[v,d,673,Sessão de apresentação do projecto]]Para o Pe. Manuel Amorim, “não basta boa vontade” para participar no processo de valorização do património”: “São precisas pessoas que conheçam, e elas podem ensinar outras”, constituindo “uma mais-valia para as vigararias onde trabalham”, observou.
Por outro lado, o registo dos bens culturais implica a elaboração de catálogos digitais e bases de dados, abrangendo o património edificado, documental e imaterial, nomeadamente esculturas, pinturas, mobiliário religioso e litúrgico, ourivesaria, talha dourada, paramentos, alfaias destinadas ao culto, vestes litúrgicas, bem como manuscritos, impressos e livros litúrgicos.
“Tudo isso é um mundo muito grande”, referiu o Pe. Manuel Amorim.
Imagem: Última Ceia (séc. XVIII). Vigararia de Amarante