Francisco lamentou naufrágio ao largo das Canárias
Bruxelas, 29 set 2024 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje o 110.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja Católica celebra este domingo, desafiando a Europa a acolher quem chega de outros países.
“A partir deste país, a Bélgica, que foi e continua a ser o destino de tantos migrantes, reitero o meu apelo à Europa e à comunidade internacional para que considerem o fenómeno migatório como uma oportunidade para crescer juntos em fraternidade”, disse, no final da Missa a que presidiu no Estádio Rei Balduíno, em Bruxelas.
“Convido todos a verem em cada irmão e irmã migrante o rosto de Jesus que se fez hóspede e peregrino no meio de nós”, acrescentou, perante cerca de 35 mil pessoas.
No voo de regresso a Roma, o Papa comentou o naufrágio de uma embarcação de migrantes nas Canárias, na noite de sexta-feira, que provocou nove mortos e 48 desaparecidos, considerando que é uma situação “de chorar”.
“Faz-me mal aquelas pessoas desaparecidas nas Canárias. Hoje muitos, muitos migrantes que buscam a liberdade se perdem no mar ou próximo ao mar”, referiu aos jornalistas que o acompanhavam. |
A mensagem do Para para este 110.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado defende que Deus se identifica com as pessoas que fogem da sua terra, convidando as comunidades católicas ao seu acolhimento.
“Deus caminha não só com o seu povo, mas também no seu povo, dado que se identifica com os homens e as mulheres que caminham na história – particularmente com os últimos, os pobres, os marginalizados –, prolongando de certo modo o mistério da Encarnação”, escreve Francisco.
A jornada de 2024 tem como tema ‘Deus caminha com o seu povo’ e celebra-se no domingo que precede o início da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (02-27 de outubro de 2024).
“A ênfase posta na sua dimensão sinodal permite à Igreja descobrir a sua natureza itinerante de povo de Deus em caminho na história, peregrinante – poderíamos dizer ‘migrante’ – rumo ao Reino dos Céus”, assinala o Papa, ligando as duas celebrações.
A mensagem apresenta os migrantes da atualidade como “uma imagem viva do povo de Deus em caminho rumo à Pátria eterna”.
“Como o povo de Israel no tempo de Moisés, frequentemente os migrantes fogem de situações de opressão e abuso, de insegurança e discriminação, de falta de perspetivas de progresso”, acrescenta.
OC
Notícia atualizada às 18h10