D. António Carrilho presidiu ontem a uma celebração eucarística na restaurada igreja do Colégio, no centro do Funchal. “Ao contemplarmos as belezas desta linda igreja, damos graças a Deus por esta possibilidade de recuperar as obras dos homens mas em busca da expressão da beleza e da transcendência de Deus”, começou por dizer o Bispo. “Uma das coisas bonitas que vemos ao longo da História e de cada época é a preocupação em colocar ao serviço de Deus o me-lhor talento, a procura da beleza. Um facto que significa, por um lado, um hino de glória ao Criador; e, por outro, um elemento que nos ajuda a levar o nosso coração, pensamento e inteligência, adoração e contemplação até ao Senhor”, sublinhou D. António Carrilho durante a homilia, que teve como pano de fundo o cenário renovado das pinturas religiosas do Colégio, importante testemunho do Barroco português. O espaço de culto é um privilégio para o “encontro celebrativo” de forma única, explicou ainda naquela ocasião o bispo do Funchal. Com base nas leituras da Missa, Dom António Carrilho fez algumas analogias, nomeadamente com a “escada de Jacob, que liga a terra ao céu, a significar a relação entre Deus e o homem de uma maneira muito expressiva e viva; e em que se apontava já para o mistério da Encarnação, em Jesus, o Filho de Deus que faz a ponte, esta relação constante, porque n’ Ele existe a divindade e a humanidade, relação única, perfeita”; relação, ponte, que “continuamos hoje a realizar através do sacerdócio”, considerou. Por outro lado, há o “templo, a “casa de Deus e porta do céu, lugar de encontro com Cristo, onde curamos as nossas fraquezes e temos a vida que Ele nos transmite, como acontece na Eucaristia”. Por último, e ao referir-se ainda à renovação do interior da igreja do Colégio, o bispo do Funchal explicou que “estes belos espaços são uma oportunidade de interiorização, de silêncio, de oração profunda, uma possibilidade para sentir mais viva a relação com Deus. Por isso, devemos valorizar aquilo que efectivamente permite que as nossas celebrações se tornem uma forma de nos relacionarmos mais com o Senhor”.