Belém: Cristãos têm esperança no fim da guerra, afirma enviado do Papa à Terra Santa

Cardeal Konrad Krajewski, que cumprimentou «duas mil pessoas em nome do Santo Padre», pensa, por exemplo, na ajuda e futuro das pessoas que «não têm nada, apenas casas destruídas», na Faixa de Gaza

Cidade do Vaticano, 26 dez 2023 (Ecclesia) – O esmoleiro da Santa Sé, enviado do Papa à Terra Santa para as celebrações do Natal, destaca a participação de “pelo menos duas mil pessoas” na Missa, na Basílica da Natividade (Belém), e a “esperança” pelo final da guerra.

“Cumprimentei duas mil pessoas em nome do Santo Padre! E muitos agradeceram ao Papa, houve aplausos para o Papa Francisco, que nunca os abandonou, que está sempre próximo, e que sofre como eles sofrem”, relatou o cardeal Konrad Krajewski, sobre a Missa de Natal, celebrada em árabe, pelo patriarca latino de Jerusalém, em Belém.

Segundo o prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade (Santa Sé), informou hoje o portal ‘Vatican News’, a Basílica da Natividade “estava completamente cheia, pelo menos duas mil pessoas, todo o Povo de Belém”.

“Cerca de 150 mil pessoas perderam seus empregos porque a cidade está cercada, as pessoas não podem sair e, portanto, muitos que trabalhavam fora perderam os seus empregos. Apesar disso, vieram celebrar o nascimento de Jesus e a esperança de que tudo vai passar”, desenvolveu.

O cardeal polaco destacou a participação de “muitos, muitos jovens, bem vestidos”, as mulheres de branco e os homens de fato e gravata, o que “já diz muito” da “grande festa” que estavam a celebrar.

“Eles rezavam o Pai Nosso levantando os braços para o alto, invocando a paz. E os cânticos, com voz alta, pareciam chegar ao céu e ao Senhor. Em Roma, não encontramos paróquias onde se cante assim, talvez nas montanhas… A todos eu levei saudações do Santo Padre, levei um abraço muito forte da parte dele”, acrescentou.

Foto Vatican News

O colaborador do Papa Francisco, que levou mensagem de paz, solidariedade e ajuda, recordou o olhar esperançoso de um grupo de pessoas com familiares em Gaza, que encontrou antes do almoço de Natal organizado pela comunidade dos franciscanos, e que perguntaram ao patriarca latino de Jerusalém, D. Pierbattista Pizzaballa, sobre o pós-guerra.

“Na Faixa, cerca de 900 pessoas não têm nada, apenas casas destruídas. Quando essa terrível guerra terminar, precisamos estar prontos para ajudar aqueles que querem ficar e aqueles que querem sair. Precisamos pensar, por exemplo, em casas pré-fabricadas, reparar as escolas”, explicou o cardeal Konrad Krajewski.

Neste sentido, o escoleiro do Papa sublinhou que as pessoas “vivem com a esperança de que essa guerra vai acabar”, e encarnam o Evangelho no qual “Jesus convida a colocar Deus em primeiro lugar e depois o próximo”.

“Precisamos entender como podemos agir para ajudar essas pessoas, organizar algo internacionalmente para apoiá-las. Isso já traz uma esperança de Natal”, realçou o responsável pelo Dicastério para o Serviço da Caridade.

O esmoleiro pontifício agradeceu a ajuda da Jordânia, ao rei Abdullah II, que enviou, por helicóptero, medicamentos e apoio para o povo em Gaza, observando que “muitos países não conseguiram fazer nada, enquanto o rei de um pequeno país conseguiu”, divulga o ‘Vatican News’.

“O vice-pároco da Paróquia da Sagrada Família em Gaza disse-me que apenas no distrito da Igreja têm 50 feridos, sem medicamentos. Portanto, esses medicamentos são uma bênção de Natal de pessoas corajosas que, apesar de tudo, procuram brechas para levar ajuda”, salientou D. Konrad Krajewski, indicando que essa ajuda se junta à do Papa Francisco, “enviada diretamente a Gaza, principalmente para as crianças e feridos e para que comprar mantimentos e coisas necessárias”.

CB

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