Beja: «O padre é chamado a ser um homem livre e disponível» – D. Fernando Paiva

«Não se trata de poesia espiritual», afirmou o bispo diocesano sobre a oblação sacerdotal

Foto Ricardo Perna – Arquivo

Beja, 17 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Beja afirmou hoje na Missa Crismal que a doação na vida do padre não é “poesia espiritual”, mas a sua “vocação concreta” e expressão de “homem livre e disponível”.

“O padre é chamado a ser um homem livre e disponível. Só quem vive a liberdade interior está verdadeiramente disponível para servir o Senhor na Sua Igreja”, afirmou D. Fernando Paiva.

Na primeira celebração com os padres de Beja, o bispo diocesano disse que “a obediência sacerdotal é a liberdade vivida no amor, no serviço à Igreja, no acolhimento da vontade de Deus que se manifesta nos irmãos e nas necessidades do rebanho”.

“O sacerdote é chamado a amar a Igreja com um amor total, capaz de dar a vida, consagrando-lhe todas as nossas energias… até à doação da própria vida”, afirmou.

Não se trata de poesia espiritual: é a nossa vocação concreta. O nosso tempo, os nossos afetos, os nossos projetos: tudo é oferecido em oblação, como expressão desse amor.”

D. Fernando Paiva lembrou que “o sacerdócio é dom”, “não é fruto de mérito, nem conquista pessoal, mas dom gratuito”.

“Cada sacerdote é configurado a Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja. Esta é a nossa identidade e define-nos não apenas nas ações, mas no ser, no mais profundo do nosso ser”, afirmou.

Os tempos mudam, os contextos transformam-se, mas o essencial permanece: o povo anseia por Deus, e é a nós que Ele confia essa missão de os conduzir até Ele.”

O bispo de Beja lembrou as “imperfeições” dos sacerdotes que, por isso, não podem “caminhar sozinhos”, antes precisam “de oração, de apoio, de entreajuda, de fraternidade sacerdotal”.

“É urgente cuidar da comunhão entre nós e rezar uns pelos outros”, afirmou D. Fernando Paiva na homilia da Missa Crismal, na Catedral da diocese alentajana.

A Missa Crismal reúne em torno do bispo o clero de cada diocese, na qual são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma, que serão utilizados ao longo do ano nos sacramentos do Batismo, Confirmação, Unção dos Doentes e Ordenação.

Na tarde de Quinta-feira Santa inicia o Tríduo Pascal, com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, evocando a instituição da Eucaristia e do sacerdócio e o “mandamento do amor”, simbolizado no gesto do lava-pés.

PR

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