Beja: Novo bispo coadjutor apostado em «escutar, aprender e trabalhar»

D. João Marcos espera levar às comunidades alentejanas «o bom odor de Cristo, que é a comunhão, o amor fraterno»

Lisboa, 10 out 2014 (Ecclesia) – O novo bispo coadjutor da Diocese de Beja, D. João Marcos, reagiu hoje à sua nomeação pelo Papa Francisco com alegria e inteira disponibilidade para “escutar, aprender e trabalhar” com D. António Vitalino no apoio às comunidades alentejanas.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o até agora diretor espiritual no Seminário Maior de Cristo-Rei e no Seminário “Redemptoris Mater” de Nossa Senhora de Fátima, do Patriarcado de Lisboa, disse que vai partir “consciente das suas lacunas” mas “inteiramente confiante no Senhor”.

Mostrou-se ainda apostado em “colaborar em tudo aquilo que sabe e que pode” com o bispo titular da Diocese de Beja, D. António Vitalino, com quem vai estar "esta sexta-feira”.

Para D. João Marcos, a ida para o Alentejo vai ser como que um regresso às origens, pois à semelhança da região onde nasceu há 65 anos, no concelho de Almeida, na Guarda, a Diocese de Beja é também “eminentemente rural”.

Às comunidades alentejanas, quer “levar sobretudo o bom odor de Cristo, a evangelização”.

“A Igreja tem a missão de fazer chegar a todo o mundo, onde tanta corrupção, tanta podridão faz com que haja odores insuportáveis, o bom odor de Cristo que é a comunhão, o amor fraterno”, frisou.

O anúncio da nomeação chegou até ao novo bispo coadjutor na terça-feira, pela voz do núncio apostólico (representante diplomático) da Santa Sé em Portugal, D. Rino Passigato.

Na base da escolha esteve também o seu percurso sacerdotal em paróquias como o Milharado e Vila Franca do Rosário, no Concelho de Mafra, também em ambiente de campo.

“Foram experiências que obrigaram a um contacto muito grande com as pessoas, a traduzir o Evangelho numa linguagem que elas possam entender, mesmo as mais simples”, realçou D. João Marcos.

Esta conjugação, entre as suas raízes e a realidade muito familiar que vai encontrar na sua nova missão, já ajudou o prelado a escolher o seu lema episcopal, que será “O meu jugo é suave”, retirado do Evangelho de São Mateus (Mt 11, 30).

No seu gabinete, no Seminário Maior do Cristo-Rei, o novo bispo guarda um jugo feito pelo seu pai, utilizado na agricultura para prender os bois às carroças ou ao arado.

“Foi o primeiro que ele fez no ano em que casou com a minha mãe e eu tomei-o como recordação do meu pai e da conjugalidade dos meus pais, do amor fiel e fecundo dos meus pais. E penso que este jugo poderá agora significar bastante bem o que é ser bispo unido a Cristo e que o amor a Jesus faz com que o jugo seja suave”, confidenciou à Agência ECCLESIA.

Na hora de deixar a sua missão como diretor espiritual no Patriarcado de Lisboa, em que acompanhava seminaristas de oito dioceses, D. João Marcos sublinha que leva a Igreja Católica lisboeta no coração.

O novo bispo destaca uma “casa” onde aprendeu a ser quem é, onde teve oportunidade de ajudar a fazer crescer novas vocações e de colaborar com “maravilhosas” equipas formativas.

O coadjutor é nomeado por iniciativa da Santa Sé e, ao contrário dos bispos auxiliares, goza do direito de suceder ao bispo diocesano quando este cessa as suas funções.

D. João Marcos irá assim assumir as funções de bispo de Beja quando D. António Vitalino, o atual responsável diocesano, atingir os 75 anos [novembro de 2016], idade em que o Direito Canónico determina a apresentação da renúncia.

A data de ordenação episcopal está ainda por definir.

JCP

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Agência ECCLESIA

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