Beja: Novo bispo apostado em contrariar «uma vivência cristã débil e rotineira»

«Os tempos que vivemos pedem-nos uma refundação da Igreja», considera D. João Marcos

Beja, 03 nov 2016 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. João Marcos, reagiu hoje à sua nova missão “com confiança e serenidade” e traçou como meta na diocese a renovação da vida cristã, com base na dinamização das comunidades e na busca de vocações.

“Estamos num tempo de mudança e mais do que tentar remendar o tecido eclesial que herdámos é fundamental fazer uma sementeira nova”, salientou o responsável católico em entrevista à Agência ECCLESIA, que apontou como objetivo contrariar “uma vivência cristã débil e rotineira”.

“Aqui, tal como em outras dioceses, há zonas onde há bastante vida cristã e há outras em que quase não há. O que temos devemos dar graças a Deus por isso mas os tempos que vivemos pedem-nos uma refundação da Igreja Católica, capaz de enfrentar os desafios que este século XXI nos coloca”, reforçou.

D. João Marcos sucedeu esta quinta-feira a D. António Vitalino como bispo da Diocese de Beja, depois do Papa Francisco ter aceitado a renúncia deste último no dia em que completou 75 anos de idade.

Este procedimento vai ao encontro do que está estabelecido no cânone 401 do Código de Direito Canónico, o qual determina o pedido de resignação do bispo diocesano que atinja essa idade.

O novo bispo de Beja, de 67 anos, exercia até agora a missão de coadjutor, para a qual foi nomeado pelo Papa Francisco a 10 de outubro de 2014.

Em relação ao seu antecessor, D. João Marcos deixa “uma mensagem de muita gratidão” pelo “acolhimento” que lhe fez e pela “paciência” que teve consigo ao longo destes dois anos.

“D. António Vitalino foi quem me ensinou a exercer o ministério episcopal e quero desejar que, neste tempo mais sossegado que ele irá usufruir, assim o pensamos, que o Senhor o abençoe e o ajude a viver sempre numa intimidade sempre maior com Deus”, completou.

D. João Marcos é natural da Diocese da Guarda; frequentou os seminários do Patriarcado de Lisboa, sendo ordenado sacerdote a 23 de junho de 1974 por D. António Ribeiro; a ordenação episcopal aconteceu a 23 de novembro de 2014, sob a presidência de D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca.

Seguiu depois como bispo coadjutor para a Diocese de Beja, a pedido de D. António Vitalino, que em diversas ocasiões se manifestou sobre a necessidade de contar com um bispo coadjutor a quem possa confiar a sua missão quando atingisse os 75 anos.

Um bispo coadjutor é nomeado por iniciativa da Santa Sé e, ao contrário dos bispos auxiliares, goza do direito de suceder ao bispo diocesano quando este cessa as suas funções.

A mudança aconteceu hoje de forma automática, de acordo com o cânone 409 do Código de Direito Canónico.

JCP

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Agência ECCLESIA

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