Beja: Igreja é «única voz» que reúne «sensibilidades e ideologia tão diferentes», transmitiram autarcas

Reunião entre bispo e responsáveis políticos realizou-se no âmbito do sínodo diocesano

Beja, 10 out 2014 (Ecclesia) – Os autarcas do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral que participaram esta quinta-feira numa reunião com o bispo de Beja destacaram que a “Igreja é a única voz capaz de juntar sensibilidades e ideologias tão diferentes”.

“No final, alguns disseram que gostaram muito e que a Igreja deve promover mais vezes estes encontros porque é a única voz capaz de juntar sensibilidades tão diferentes e ideologia mas todos com boa vontade e interessados no bem comum”, revela D. António Vitalino à Agência ECCLESIA.

“Senti que as pessoas ouviram com muito interesse o professor Alfredo Bruto da Costa e participaram no diálogo”, acrescenta à Agência ECCLESIA, sobre a reunião que começou com uma reflexão do presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz centrada no “bem comum” e como os diferentes agentes na sociedade “se podem encontrar e promover este bem comum”.

Este encontro tinha como objetivo principal o diálogo sobre possibilidades de colaboração e parcerias nas áreas sociais, culturais e patrimoniais e para fortalecer sinergias para a realização do bem comum.

“São as áreas que como Igreja podemos colaborar para o bem integral da pessoa, não apenas o bem material, o bem-estar económico mas para que toda a sociedade seja coesa de pessoas fraternas, responsáveis que colaboram no bem de todos”, desenvolveu o bispo de Beja.

Para a reunião de diálogo e reflexão, no Seminário de Beja, foram convidados os presidentes de câmara, de junta de freguesia, das assembleias autárquicas e comunidades intermunicipais (Cimal e Cimbal).

D. António Vitalino explicou que os 17 presidentes de câmara municipal estiveram “praticamente todos”, ou fizeram-se representar pelo vice-presidente, quanto aos presidentes de junta “faltaram alguns”, porque esta não é sua ocupação principal.

O prelado destacou que depois de uma reunião de três horas alguns responsáveis comentaram que não “puderam dar as achegas todas” mas iam enviar sugestões por correio eletrónico que começaram a chegar “com propostas muito concretas”.

“Queremos envolver todas as pessoas, mesmo as que não vêm aos nossos espaços de culto”, desenvolve o bispo diocesano que manifesta a necessidade de “encontros com outros agentes para o Sínodo possa surtir os seus efeitos”.

O bispo de Beja, que desenvolve a sua missão desde 1999, considera que ainda “há um longo trabalho” a desenvolver e destaca a “transformação de mentalidades” que é necessária em muitas áreas.

“A área educativa e da família começam o grande impulso de criar uma sociedade diferente”, observou.

Este encontro foi promovido no contexto do sínodo diocesano de Beja, no seu terceiro ano “depois de um pré-sínodo”, que D. António Vitalino, não sabe quando vai “acabar”.

Sobre o Sínodo Diocesano que envolve todos os católicos, o prelado recorda ainda que em seis lugares conseguiram juntar, durante um dia, muitas centenas de pessoas.

“Percebi que realmente as pessoas estavam interessadas em participar e colaborar numa renovação da igreja na diocese”, destaca sobre uma iniciativa que estava a tentar promover desde 2005.

“Às vezes há um certo esfriamento porque as pessoas querem sempre resultados imediatos. A mudança de mentalidades começa com uma conversão de nós mesmos, pelo menos manifestarmos interesse pelo bem dos outros, da Igreja, creio que todos os anos estamos a encontrar novos caminhos”, concluiu D. António Vitalino.

CB

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