Beja: Festival« Terras Sem Sombra» ajuda a reforçar empatia entre o público e o sagrado

Iniciativa da diocese conjuga música e defesa do património

Beja, 07 mai 2013 (Ecclesia) – A dinamização do património religioso alentejano, em paralelo com a preservação da biodiversidade local, são temas em destaque no festival de música sacra ‘Terras Sem Sombra’, que está a ser promovido pela Diocese de Beja.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o diretor geral do certame, José António Falcão, destaca a aposta na realização de concertos dentro do espaço das igrejas, que tem favorecido a construção de uma “relação empática” entre o público e o sagrado.

“As igrejas do Baixo Alentejo são um palco privilegiado para este tipo de música, dada a sua acústica e a sua aura espiritual, são espaços que convidam a sonhar”, realça.

De acordo com o responsável pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, o programa do festival permite recuperar “parte da memória” cultural do território, através da utilização de “monumentos e paisagens de grande beleza”.

No último sábado, centenas de pessoas encheram a igreja matriz de Grândola para assistirem a um dos espetáculos mais emblemáticos da 9.ª edição do Terras Sem Sombra, este ano especialmente dedicado à história da polifonia.

Ao som da flauta de Pã do artista francês Pierre Hamon, acompanhado pelo barítono Marc Maurillon, a violetista Vivabiancaluna Biffi e o alaudista Michaël Grébil, as pessoas tiveram oportunidade de escutar obras do “famoso compositor e poeta da era do Gótico”, Guillaume de Machaut (1300-1377).

“Machaut foi um dos principais impulsionadores da polifonia, imbricando admiravelmente o Sagrado e o Profano”, recorda Paolo Pinamonti, diretor artistico do certame.

No domingo, a organização apostou numa ação de sensibilização ambiental na Herdade das Faias, em Grândola, relacionada com a preservação do “montado de sobro, paisagem caraterística desta região”.

Através de uma parceria desenvolvida com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, crianças, adolescentes e jovens tiveram ocasião de conhecer melhor “uma prática semelhante ao pousio” que constitui “um bom exemplo de maneio sustentável” da natureza, neste caso do sobreiro.

O programa do festival vai prosseguir no dia 18 de maio (Dia Internacional dos Museus), com uma conferência do musicólogo Rui Vieira Nery na igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Beja, a partir das 17h00.

Está prevista “uma viagem desde o Gótico até às vanguardas do século XX”, tendo como pano de fundo “uma aliciante visão da história do Contraponto”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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