Os desafios pastorais do novo bispo diocesano e a memória agradecida a D. António Vitalino
Beja, 04 nov 2016 (Ecclesia) – O padre António Aparício, membro do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral da Diocese de Beja, considera que a Igreja do Baixo Alentejo vive tempos de mudança no seu território.
“O Alentejo vive, atualmente, a maior revolução da sua história. A água do Alqueva vem transformar o alentejano de criatura em criador, pela ferramenta da água que tem à sua disposição. Este dinamismo revolucionário do Alentejo Verde, não pode deixar de ser um grande desafio para a Igreja que tem a água viva do Espírito Santo”, contextualiza o padre António Aparício.
Na nova edição do Semanário ECCLESIA, publicada hoje, o sacerdote explica que o novo bispo de Beja, D. João marcos, “como pintor” a sua missão é “pintar Jesus no coração de cada crente, pelo pincel da Palavra de Deus”.
O padre membro do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral de Beja recorda que a diocese vive “tempos de mudança” uma vez que esta quinta-feira D. António Vitalino, anterior bispo, fez 75 anos e atingiu o limite de idade no Direito Canónico.
O agora bispo emérito de Beja fez parte dessa Igreja local durante 17 anos e o padre António Aparício recorda o seu “zelo de pastor”.
“Quero lembrar que o essencial na vida da Igreja não são os meios ricos da contabilidade e da estatística, mas a atitude de quem dá a vida por amor à semelhança de Jesus”, acrescenta.
Segundo o sacerdote, a diocese é de “grande complexidade” com 12 300 Km2, onde “as distâncias são enormes”, a “desertificação humana é um grande imponderável” e, “apesar de bispos ilustres” a “herança liberal, maçónica e anticristã deixou raízes” até hoje.
Neste contexto, destaca que D. António Vitalino também “tomou a peito arrumar a casa” nos aspetos organizativos e administrativos e empenhou-se nas missões populares e nas visitas pastorais.
“Fiquei impressionado com a dinâmica imprimida e com o diálogo estabelecido com as instituições civis, escutando anseios e aplaudindo êxitos, partilhando problemas e a todos deixando palavras de apreço, estímulo e gratidão”, recorda da visita à Paróquia do Carmo, em abril de 2008.
O padre António Aparício destaca ainda que o primeiro Sínodo Diocesano, concluído a 4 de junho, se deveu ao “inconformismo perante a apatia reinante” do bispo emérito de Beja, que agora vai regressar à Ordem do Carmo, congregação religiosa à qual pertence.
No Semanário ECCLESIA, dedicado à Diocese de Beja, o sacerdote recorda também que os dois bispos numa mensagem à diocese falam assim da mudança: “Mudam os pastores, mas permanece o único Pastor. Parafraseando S. Paulo: ‘nós não olhamos para os pastores visíveis mas para o Invisível: os visíveis são passageiros, ao passo que o Invisível é eterno.’”
No dia 13 de novembro, a Diocese de Beja vai “dar graças e manifestar” a D. António Vitalino a sua “profunda gratidão” pelos 19 anos de “serviços prestados”.
O programa começa com intervenções, duas peças musicais, um diaporama sobre a vida do prelado e uma palavra final do homenageado, às 15h00 no auditório do Seminário de Beja, e depois, às 16h30 o cortejo litúrgico sai da igreja de Santa Maria para a Sé e a Eucaristia é presidida por D. João Marcos.
CB