Beja: Cristãos têm de ser mensageiros da misericórdia

D. António Vitalino destaca o «supremo princípio» da Doutrina Social da Igreja

Beja, 19 mai 2015 (Ecclesia) – O bispo de Beja apresentou a misericórdia como «supremo princípio» da Doutrina Social da Igreja e recorda que a bula que convocou o Ano Santo convida à sua proclamação e prática nas obras de misericórdia corporais e espirituais.

“É altura de proclamarmos e praticarmos a misericórdia, sobretudo para com os pobres, os marginalizados, os pecadores, exercitando todas as obras de misericórdia. Neste elenco estão compendiadas as boas obras, os frutos do nosso amor a Deus e ao próximo”, explica D. António Vitalino na sua reflexão semanal.

Na nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, escreve que de acordo com esta doutrina “muita coisa tem de mudar” na vida dos cristãos, na família e na pastoral da Igreja.

“O amor é sempre próximo e concreto. Não pode ficar em palavras ou retórica. Tem de se assemelhar ao do bom samaritano, ao de Jesus. Precisamos todos de nos converter e recorrer ao sacramento da misericórdia de Deus, a confissão, e procurar por em prática a penitência salutar, usando de misericórdia, perdão e reconciliação, como Deus usa connosco”, alertou o bispo de Beja.

D. António Vitalino recorda que os conterrâneos de Jesus “ficaram escandalizados” com as palavras que Ele proferiu na Sinagoga de Nazaré, por isso, foi para as “periferias existenciais da sociedade” do seu tempo “anunciar e cumprir” a proximidade do Reino de Deus.

Neste contexto, destaca que na leitura dos Evangelhos percebem-se as “palavras e gestos” do Papa Francisco e a convocatória do Ano Santo da Misericórdia – 8 de dezembro de 2015 e 20 de novembro de 2016.

“Na Bula Rosto da Misericórdia ele sugere várias atitudes e ações e pede a toda a Igreja, às dioceses, para não se limitarem a celebrações litúrgicas”, contextualiza o prelado para quem todos são chamados a serem “mensageiros da misericórdia”.

O bispo de Beja recorda que o Jubileu da Misericórdia começa com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 8 de dezembro 2015.

“Nas dioceses também haverá Porta Santa, nas catedrais e santuários de maior afluência de peregrinos, para possibilitar a todos os católicos usufruir dos benefícios do Ano Santo, sem ter de ir a Roma”, explica D. António Vitalino sobre o início do jubileu no 3.º domingo do Advento, a 13 de dezembro.

O bispo diocesano que nas últimas reflexões escreve sobre os princípios da Doutrina Social da Igreja (DSI), um “precioso património” para aplicar a justiça na “convivência pacífica dos povos e na coesão social das democracias” reforça que “estão todos orientados para a realização da dignidade da pessoa humana”.

Segundo D. António Vitalino mesmo aceitando os princípios da DSI nem sempre se está de “acordo na sua aplicação”.

“Daí surgem divergências, por vezes violentas, e o recurso a árbitros e tribunais, cujas sentenças podem divergir e deixar insatisfeitas as partes em oposição”, observou, destacando que a misericórdia é o “supremo princípio” da DSI.

Por isso, apresentou a caridade como “vínculo da perfeição”, no sentido que Jesus a viveu, “dando a vida pelos seus inimigos”.

CB

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Agência ECCLESIA

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