Beja, 09 dez 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja destacou a “tradição e renovação” pedida à sociedade europeia pelo Papa subjacente aos valores na pessoa da sua fundação e ao Alentejo com a distinção atribuída ao Cante Alentejano.
Na nota semanal enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino assinala a distinção atribuída ao Cante Alentejano de Património Imaterial da Humanidade e saúda as pessoas do Alentejo que souberam “conservar viva a sua cultura musical” que é expressão “profunda e bela” do seu modo de comunicar e conviver em sociedade.
O prelado destaca que com esta atribuição a “alma alentejana” sobrepôs-se ao “poder comercial e mediático” de cantores internacionais mas manifestou preocupação que a “crise demográfica” relegue o Cante Alentejano para “ambientes museológicos” retirando-o das igrejas, das festas populares, da rua e das tabernas.
Por isso, a distinção atribuída no dia 27 de novembro pela UNESCO trouxe “compromissos” para que este património seja preservado e D. António Vitalino alerta que é necessário estudar esta expressão cultural, torná-la presente nas escolas básicas e superiores, “para que não degenere”.
“Da nossa parte tudo faremos para que o cante na sua versão religiosa continue a ecoar nas nossas igrejas e procissões”, adiantou o bispo de Beja sobre o Cante Alentejano que “encanta, junta, une e fraterniza as pessoas e os ambientes”.
Outro acontecimento inserido no contexto da “tradição e renovação” foi a visita do Papa Francisco ao Conselho da Europa e ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.
Nos discursos, comenta o prelado, o Papa “desafiou” as duas instituições a construírem uma Europa de “paz e progresso” onde a dignidade da pessoa humana, “nas suas relações multipolares e transversais”, seja o centro das decisões.
Por isso, destaca que a Doutrina Social da Igreja sobre o qual os fundadores da Europa quiseram construir uma Europa que resolve os seus conflitos e divergências pelo encontro das pessoas e dos povos através do diálogo e não pela violência das armas, pelo consenso e entreajuda
“A visão bíblica e cristã do mundo contem potencialidades benéficas para a construção duma nova civilização de paz e de amor”, desenvolve o prelado que destacou o património da Doutrina Social da Igreja sobre o qual “os fundadores da Europa quiseram construir a Europa” que resolve os conflitos e divergências pelo “encontro das pessoas e dos povos” no diálogo, consenso e entreajuda.
O segundo tópico a que D. António Vitalino dedicou a sua reflexão semanal – “Olhando para os obreiros de um mundo novo” – explicou que no “alvoroço” de notícias, comentários e opiniões podem ser esquecidas as “pessoas concretas” que transformam o mundo num local “mais justo, solidário e humano”.
Neste contexto, e do Ano da Vida Consagra, realçou algumas pessoas e instituições que são o “testemunho fiel” de vidas dedicadas ao “serviço de Deus e dos outros” na diocese como os 60 anos da fundação do Carmelo de Beja.
“No meio da instabilidade dos tempos que correm, estas pessoas e instituições são um património precioso, que nos ajudou a chegar até aqui e que precisa de ser continuado”, desenvolveu.
O bispo de Beja recordou ainda a comunidade das Irmãs do Bom Pastor que saiu da diocese no verão ou a saída das Irmãs Doroteias, “durante a próxima semana”.
No sentido inverso destacou a ordenação de três diáconos, esta segunda-feira solenidade da Imaculada Conceição, e a chegada de uma comunidade brasileira dos Servos de Maria do Coração de Jesus.
CB