D. António Vitalino elogia riqueza das comunidades portuguesas
Beja, 03 jun 2015 (Ecclesia) – O bispo de Beja projetou as celebrações do 10 de junho assinalando que “a língua é a pátria”, que oferece o vínculo, o sentido de segurança que ajuda a “crescer e fortalecer a identidade”.
“Noto a força da nossa língua para fomentar os laços da família e das comunidades. A transmissão dos afetos, da fé e dos valores familiares e cristãos é mais eficiente quando se faz na língua das origens da família”, revela D. António Vitalino.
Na sua reflexão semanal, enviada hoje à Agência ECCLESIA, o prelado frisa que os “valores e afetos” têm uma expressão que “não passa só por palavras nem por formulários, mesmo que sejam orações tradicionais”, sobre o facto das novas gerações frequentarem as escolas dos países onde residem e para a conversação usem o idioma da escola.
“No contacto com os nossos emigrantes em países com idiomas muito diferentes do português compreendo bem o sentido e a força da expressão de outro grande poeta, Fernando Pessoa: a língua é a nossa pátria”, comenta sobre o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O vogal da Comissão episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana assinala que o cristão “é cidadão do mundo”, em toda a parte “é concidadão e não estrangeiro”, e nesse sentido a diversidade tornar-se uma “riqueza na maturidade da vida humana e cristã” que passa por várias fases.
“Os emigrantes que têm a possibilidade de crescer e desenvolver-se neste sentido acabam por constituir os cidadãos adultos do futuro e construir a sociedade sem fronteiras, mas não sem pátria”, observa.
Neste contexto, D. António Vitalino destaca o “contributo das comunidades portuguesas” na construção da sociedade de “concidadãos e não de estrangeiros” porque ainda há muitos que “são marginalizados ou ficam pelo caminho” porque não conseguem encontrar o seu lugar nesta sociedade.
Para o prelado, que também teve a experiência da migração nos anos 60 do último século, a riqueza das comunidades portuguesas está na convivência com pessoas dos “diversos países de língua portuguesa e também de outras línguas”, que gostam do ser “simples e sem complexos”.
CB/OC