Barém: Papa recorda mártires do Médio Oriente, em apelo à unidade dos cristãos

Francisco preside a oração pela paz, com representantes de várias Igrejas

Foto: Lusa/EPA

Foto: Vatican MediaAwali, Barém, 04 nov 2022 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje, no Barém, os mártires cristãos do Médio Oriente, falando numa celebração ecuménica pela paz na Catedral de Nossa Senhora da Arábia, em Awali.

“Não só aqui na terra, mas também no Céu, há um rasto de louvor que nos une: é o rasto dos inúmeros mártires cristãos de várias confissões. Quantos houve, nos últimos anos, no Médio Oriente e em todo o mundo”, disse.

Francisco foi recebido na entrada da Catedral por D. Paul Hinder, administrador apostólico do Vicariato Apostólico da Arábia do Norte, e por três crianças que lhe entregaram flores, que o Papa depositou junto à imagem da Virgem Maria.

O Papa lamentou as divisões entre cristãos, apelando à unidade.

“O facto de estar aqui no Barém como um pequeno rebanho de Cristo, disperso em vários lugares e confissões, ajuda a sentir a necessidade da unidade, da partilha da fé: assim como neste arquipélago não faltam ligações seguras entre as ilhas, assim aconteça também entre nós, para não estarmos isolados, mas em comunhão fraterna”, declarou.

O Barém tem uma população de 1,7 milhões de pessoas, mais da metade dos quais migrantes; os cristãos representam 14% dos habitantes, incluindo 80 mil católicos, sobretudo migrantes das Filipinas e da Índia, servidos por duas paróquias.

A intervenção, proferida em italiano e traduzida para inglês, apelou à “oração de louvor e adoração”, que promove a unidade, no Espírito, como “harmonia” na diversidade.

“Lembremo-nos, porém, de que a unidade para a qual caminhamos sobrevive na diferença”, acrescentou, destacando a importância do caminho ecuménico.

Vivo o ecumenismo como um peso, como um compromisso extra, como um dever institucional, ou então como o desejo veemente de Jesus de que nos tornemos um só, como uma missão que brota do Evangelho? Concretamente, que faço eu por aqueles irmãos e irmãs que acreditam em Cristo e não são dos meus?”.

Francisco destacou que o anúncio cristão se faz pelo “testemunho de vida”, mais do que por palavras, elogiando a “assistência aos irmãos e irmãs que chegam” ao Barém, “numa presença cristã que com humildade quotidiana testemunha, nos locais de trabalho, compreensão e paciência, alegria e mansidão, benevolência e espírito de diálogo”.

Foto: Lusa/EPA

O Papa pediu que os cristãos sejam pessoas de paz, superando os “próprios interesses e os das próprias comunidades.

A celebração contou com a presença do rei e do ministro da Justiça do Barém.

No final da cerimónia decorreu a Oração pela Paz, com representantes das Igrejas e Comunidades Cristãs, incluindo a recitação do Pai Nosso e da oração de São Francisco de Assis.

Este foi o último evento público do segundo dia da visita de Francico ao Barém, a primeira de um pontífice a este reino da Península Arábica, que se prolonga até domingo.

No sábado, o Papa preside à Missa com dezenas de milhares de católicos, no Estádio Nacional do Barém, a partir das 08h30; mais tarde, Francisco vai ter um encontro com jovens, às 17h00, na Escola do Coração de Jesus.

OC

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Agência ECCLESIA

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