Bangladesh: Papa visitou orfanato no último dia de viagem à Ásia

Francisco deixou conselhos a religiosos e elogiou clima de diálogo entre religiões no território bengali

Daca, 02 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco visitou hoje uma casa fundada por Santa Teresa de Calcutá no Bangladesh, onde se encontrou com crianças órfãs e com doentes acolhidos pela instituição.

Após ter-se despedido da Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé) em Daca, onde ficou alojado desde quinta-feira, o pontífice percorreu cerca de 8 quilómetros até ao Bairro Tejgaon, para uma visita privada à “Casa Madre Teresa”.

O Papa foi acolhido no local por D. Paul Ponen Kubi, bispo de Mymensingh, e pelas superioras da casa gerida pelas Missionárias da Caridade, que o acompanharam até as duas salas onde estavam reunidas algumas crianças e idosos assistidos pela congregação.

 

A Casa insere-se no complexo paroquial da igreja do Santo Rosário, que engloba também a antiga igreja portuguesa.

A Rádio Vaticano informa que a instituição “proporciona cuidados e assistência a milhares de órfãos e de pessoas afetadas por problemas mentais e físicos”.

Construído nos anos 70 do século XX, o centro começou por ocupar-se do acompanhamento de mulheres que ficaram grávidas após as violações cometidas por soldados paquistaneses durante a guerra de independência do Bangladesh.

“Graças à ação das Missionárias da Caridade, muitas crianças nascidas no Centro encontraram famílias adotivas na Europa, América do Norte e Austrália”, acrescenta a emissora pontifícia.

Já na igreja do Santo Rosário, o Papa falou a cerca de 1500 padres, religiosas e seminaristas, deixando de lado o discurso “aborrecido” de oito páginas que tinha preparado.

Francisco elogiou o clima de diálogo entre religiões no Bangladesh, que apresentou como um exemplo para o mundo, citando uma frase do cardeal Jean-Louis Tauran, que em 2010 tinha dito que o país asiático era o melhor caso da convivência harmónica entre vários credos.

A intervenção alertou, em seguida, para os “inimigos” da harmonia, também no interior das comunidades religiosas.

“Alguns podem criticar-se, porque sou repetitivo nisto, mas para mim é fundamental: o inimigo da harmonia numa comunidade religiosa é o espírito da maledicência”, advertiu o Papa.

Francisco repetiu alertas conta o “terrorismo” da bisbilhotice e convidou os membros do clero e dos institutos religiosos a viver o “espírito da alegria”, sem caras tristes.

O discurso deixou elogios aos que viveram a sua consagração sacerdotal e religiosa “com plenitude de vida”, com os olhos “cheios de alegria de paz”.

A viagem apostólica ao Mianmar e Bangladesh, que se iniciou na segunda-feira, vai concluir-se hoje em Daca, pelas 15h20 (08h50 em Lisboa), com um encontro do Papa com jovens católicos no ‘Notre Dame College’; a chegada a Roma está prevista para as 23h00 (22h00 em Lisboa).

OC

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Agência ECCLESIA

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