Daca, 01 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco encontrou-se hoje com os bispos católicos do Bangladesh, em Daca, elogiando o trabalho desenvolvido pela Igreja na ajuda aos pobres e refugiados.
“A comunidade católica no Bangladesh pode orgulhar-se da sua história de serviço aos pobres, especialmente nas áreas mais remotas e nas comunidades tribais”, disse, perante os responsáveis pela Igreja Católica no país, que representa 0,24% da população.
“Não cessam de aumentar, especialmente à luz da atual crise dos refugiados, as necessidades a colmar”, acrescentou, em alusão à chegada em massa de populações rohingya, vindas do Mianmar.
O Papa realçou o trabalho desenvolvido pela minoria católica, ao serviço da população bengali, através das suas obras de apostolado educacional, dos seus hospitais, clínicas e centros de saúde, e das obras sociocaritativas.
Francisco benzeu as placas comemorativas das três visitas papais ao país asiático (Paulo VI, em 1970; João Paulo em 2016; e a que está a decorrer) e dois novos edifícios, para idosos e sacerdotes.
Na Catedral de Daca estavam presentes cerca de 700 fiéis e benfeitores da Igreja Católica, que o Papa cumprimentou, antes de rezar em silêncio diante da Capela do Santíssimo e no túmulo dos antigos arcebispos da capital bengali.
O encontro com os 10 bispos católicos decorreu na casa para sacerdotes idosos, da Arquidiocese de Daca, deixou um apelo ao diálogo inter-religioso, com a construção de “Pontes” que “despertam também as energias espirituais necessárias para a obra de construção da nação na unidade, na justiça e na paz”.
“Ao mesmo tempo, pedir-vos-ia para mostrardes uma proximidade ainda maior aos fiéis leigos. É preciso promover a sua real participação na vida das vossas Igrejas particulares, nomeadamente através das estruturas canónicas que asseguram que as suas vozes sejam ouvidas e as suas experiências apreciadas”, acrescentou.
No final do encontro, o Papa Francisco abençoou sete sacerdotes doentes, seguindo para os jardins da sede da arquidiocese para um encontro inter-religioso pela paz.
Antes de entrar na Catedral, o Papa tinha falado aos fiéis reunidos no exterior, pedindo-lhes que vivam o Evangelho “como uma graça, como um tesouro”.
“Atrevo-me a pedir-vos um favor: custodiai o tesouro que Deus nos deu no Evangelho, e a melhor maneira de custodiá-lo é a graça de Deus. Por isto peço-vos que rezeis muito, rezai muito para que venha esta graça e ajude a cuidar do tesouro”, referiu, numa intervenção improvisada.
OC
Notícia atualizada às 23h45