Iniciativa quer combater «miséria confrangedora» daquele país lusófono, revela frei Fernando Ventura
Lisboa, 25 fev 2012 (Ecclesia) – São Tomé e Príncipe vai ter, a curto prazo, um «Banco de Leite» para combater a “miséria confrangedora” que se vive naquele país lusófono, revela um dos responsáveis pelo projeto.
Em declarações à Agência ECCLESIA, frei Fernando Ventura realça que “as crianças e idosos são as duas faixas da população mais abandonadas e desprotegidas” naquele país.
A ideia de criar o «Banco de leite» para São Tomé e Príncipe nasceu de uma simples conversa, “há cerca de três semanas”, entre o religioso e o bispo local, D. Manuel dos Santos, de nacionalidade portuguesa.
Ao caracterizar a situação social deste país africano, este frade capuchinho revela que existem “muitas famílias desestruturadas e com bastantes necessidades” onde só a “cooperação portuguesa e a Igreja Católica estão a dar as respostas possíveis num quadro de miséria confrangedora”.
Abandonado pelas agências internacionais, frei Fernando Ventura sublinha que este país lusófono é “um território pequeno” e “ainda não está a despertar grandes apetências, se bem que tenha petróleo, um isco para os tubarões”.
Para o sucesso desta iniciativa, o frade capuchinho lamenta que o auxílio não tenha vindo “das empresas produtoras de leite em pó ou de farinhas lácteas para crianças”, visto que “as empresas contactadas ou não responderam, ou responderam dizendo que não estavam em condições de poder ajudar”.
A disponibilidade para o auxílio surgiu de “pessoas individuais e de pequenos grupos, ligados a paróquias e a outras organizações”, salientou.
Foram criados dois centros de recolha de donativos, um em Lisboa e outro nos arredores do Porto, locais de onde serão encaminhados para o armazém de uma empresa que “oferece o transporte das mercadorias para São Tomé”, disse
Um dos pais deste projeto solidário realça ainda que a “ideia é ensinar a pescar, dando a cana, mas neste momento vamos ajudar as crianças e idosos que não podem pescar”.
Brevemente haverá um número de conta bancária para “donativos em dinheiro”, adianta.
Chegado aquele país lusófono, o leite em pó “será distribuído a partir da casa episcopal” para os diversos organismos necessitados.
LFS