Banco Alimentar: Partilha com efeito multiplicador

Isabel Jonet atribui escolha para personalidade do ano de 2012, pelas edições europeias da revista «Reader’s Digest», ao trabalho de toda a equipa

Lisboa, 14 fev 2012 (Ecclesia) – A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, considera que o trabalho desenvolvido por estas instituições demonstra o “efeito multiplicador” da partilha, mesmo em tempos de crise.

“O Banco Alimentar norteia a sua atividade por dois valores, a dádiva e a partilha, que estão intimamente ligados. Aquilo que propõe às pessoas é que partilhem aquilo que são e aquilo que têm”, refere, em entrevista hoje publicada pela Agência ECCLESIA.

Esta responsável vai receber esta quarta-feira o prémio de personalidade do ano de 2012 atribuído pelas 21 edições da revista ‘Reader’s Digest’ na Europa, distinção que vê como “um reconhecimento para toda uma equipa que tem o mesmo espírito de caridade e de bem fazer em vários pontos do país”.

“Cada vez que nos é entregue um prémio, há uma responsabilidade redobrada, há quem espere ainda mais de nós, o que vai fazer com que tenhamos de trabalhar ainda mais e melhor, porque há mais gente à nossa espera”, refere.

Isabel Jonet diz que a proposta lançada pelo Banco Alimentar, há mais de 20 anos, tem “frutificado e, de alguma forma, tem mudado a maneira de ser, a maneira de encarar a vida de muitas pessoas”, dando origem a “ciclos que são virtuosos”.

“As pessoas não se limitam a dar o que sobra, têm tido uma atitude proativa, doando produtos para quem precisa”, assinala.

Os 19 Bancos Alimentares em atividade recolhem e distribuem várias dezenas de milhares de toneladas de produtos e apoiam ao longo de todo o ano a ação de mais de 1800 instituições em Portugal.

Estas distribuem refeições confeccionadas e cabazes de alimentos a pessoas comprovadamente carenciadas, abrangendo já a distribuição total mais de 275 mil pessoas.

Isabel Jonet fala ainda da Quaresma, que se inicia no próximo dia 22, quarta-feira de Cinzas, um período de 40 dias, de preparação para a Páscoa, que na Igreja Católica é marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência.

A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares considera que o jejum “não é apenas de alimentos” e deve ser “muito mais de práticas, de procedimentos, de atitudes”.

“Este tempo da Quaresma pode ter muito sentido para refletirmos sobre aquilo que não é necessário e nos tira tempo para outras coisas, nomeadamente para Deus. Vejo, por isso, o tempo de jejum como um tempo de preparação, de purificação, de reflexão, em que vemos aquilo que negamos a outros e, ao negarmos a outros, negamos a Deus”, refere.

OC


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Agência ECCLESIA

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