Banco Alimentar em Viseu e Viana do Castelo

Voluntários nos dois distritos apostam na redução da pobreza e no combate ao desperdício

O Banco Alimentar Contra a Fome (BA) vai iniciar actividade em Viseu e em Viana do Castelo. A cerimónia de assinatura dos contratos de utilização da marca com a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome é celebrada esta Quarta-feira, ao final da tarde na Associação Empresarial da Região de Viseu.

O BA de Viseu vai ser celebrado com a Associação para a Ajuda Solidária de Viseu. Essencialmente, o BA será constituído por um grupo de voluntários liderados por Catarina Sobral, que, desde há dois anos, tem vindo a ser acompanhado e formado pela Federação Portuguesa na cultura e modo de funcionamento “BA”.

Em Viseu, o BA pretende prestar, gradualmente, “apoio aos 24 concelhos do distrito, apoiando com alimentos instituições de solidariedade social, conferências vicentinas e outras associações locais sem fins lucrativos que, por sua vez, os entregarão às pessoas mais necessitadas sob a forma de refeições ou da entrega de cabazes alimentares”, refere o site da Federação de Bancos Alimentares contra a Fome.

Os dados relativos ao número de desempregados no distrito de Viseu apontam para um acréscimo em todos os 24 concelhos, “resultante sobretudo do encerramento de empresas e fábricas e ainda com o regressar de muitos emigrantes que deixaram de ter trabalho sobretudo em Espanha, em consequência da crise internacional”, traduz o BA.

A apresentação pública do BA em Viana do Castelo ocorreu já em 16 de Julho, na sede da Associação para a Partilha Alimentar de Viana do Castelo, associação especificamente constituída para o efeito, liderada por Manoel Baptista. O BA, neste distrito, começou a mobilizar pessoas e empresas da região que, a título voluntário, se querem associar a esta causa para prestar apoio alimentar a instituições localizadas nos 10 municípios  do distrito (Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira).

O arranque do Banco Alimentar de Viana do Castelo é apoiado pela Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima, que suporta a renda das instalações (escritório e armazém), na freguesia da Meadela, em Viana do Castelo e cedeu uma viatura comercial para apoio à actividade.

Existem actualmente 15 BA em actividade nas regiões de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Beja, Aveiro, Abrantes, São Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga e Santarém.

De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, ao longo de 2008 foram apoiadas com produtos mais de 1.600 instituições, que concederam ajuda alimentar a mais de 250 mil pessoas comprovadamente carenciadas, distribuíram no ano passado um total de 17.500 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 26,2 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 69,6 toneladas por dia útil.

O BA regista um aumento de procura de apoio e do número de pedidos de assistência a pessoas carenciadas, consequência “do agravamento da situação económica e com o crescimento súbito e muito significativo do desemprego, que tem vindo a afectar de forma um tanto ou quanto indiscriminada um cada vez maior número de famílias portuguesas”, pode ler-se no site da Federação.

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si certificadas como estando em condições de avaliarem in loco a real situação de carência alimentar das pessoas objecto da sua assistência e de lhes darem o destino adequado. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra a prática do desperdício que caracteriza as sociedades actuais.

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Agência ECCLESIA

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