D. António Marto entre os empresários da Vigararia de Colmeias
A responsabilidade social das empresas foi o mote para um encontro de mais de uma centena de empresários da Vigararia de Colmeias, diocese de Leiria-Fátima realizada na noite de 14 de Dezembro, no âmbito da visita pastoral de D. António Marto ao conjunto das oito paróquias que a constituem.
“A bancarrota ética levou-nos à bancarrota financeira”, adiantou o prelado, que pediu mais ética nos mercados financeiros e uma nova cultura política.
Realçando que as empresas desempenham uma missão de bem-estar social, o bispo de Leiria-Fátima destacou que a função de empresário consiste numa missão nobre mas exigente.
“É na responsabilidade social que podemos exercer as virtudes humanas e evangélicas, num momento muito difícil para o mundo, depois de uma década que se julgava impossível experimentar”, disse.
Indicando o fenómeno das realidades das novas gerações e dos seus perigos para a humanidade, D. António Marto disse que, no âmbito financeiro, com as muitas mentiras que existiram nos mercados especulativos onde se gastava o que não se podia, “a globalização está desorientada, sem rosto e sem alma, aparecendo o mundo com um corpo de gigante mas com uma alma anã”.
O bispo destacou que “a economia virtual que era uma mentira repercutiu-se agora na economia real, uma verdade difícil de aceitar para muitos”.
“Todos temos de mudar este momento historicamente difícil, onde os Governantes estão sem rumo, sem soluções à vista, precisando de se introduzir ética e valores”, acrescentou.
Neste campo de acção, D. António Marto declarou aos presentes que “a Igreja tem um papel de interpelação e sensibilização das consciências”.
Ilídio da Mota, presidente da Junta de Freguesia de Vermoil e também empresário, iniciou a sessão dando as boas-vindas a D. António Marto, destacando que na sua visita pastoral, “os paroquianos ficaram maravilhados com a sua deslocação à Vigararia de Colmeias, localizada nos distritos de Santarém e de Leiria”.
Manuel Sobreiro, empresário de Vermoil, destacou na sua prelecção o registo muito positivo da vinda do bispo, “num momento de crise e com tempos futuros que se avizinham que serão difíceis para todos”.
O empreendedor sublinhou que na área da Vigararia existem 500 empresas que empregam 4000 trabalhadores, “sendo este factor determinante para garantir à região uma segurança e conforto às populações com o emprego, havendo aqui responsabilidades sociais no dia-a-dia”.
No final houve um espaço de debate entre todos os participantes e a ‘oração ao empresário’, pelo vigário de Colmeias, padre João Feliciano.
Redacção/Joaquim Santos