Balasar, terra natal da Beata Alexandrina, assinala hoje o 50.º aniversário da morte desta mulher que viveu os últimos treze anos alimentando-se apenas da Comunhão diária. «Todos os que de perto a conheceram […] sabem que ela era uma apaixonada sublime da Eucaristia », declarou, no dia do seu funeral, o padre Mendes do Carmo, num texto publicado no Diário do Minho. Alexandrina Maria da Costa, mais conhecida por Alexandrina de Balasar, foi beatificada (declarada santa) no dia 25 de Abril de 2004 em Roma durante uma celebração presidida pelo Papa João Paulo II. A notícia do seu falecimento, no dia 13 de Outubro de 1955, espalhou-se rapidamente. Ocorreu depois das 19h00, «uma hora privilegiada para a morte de muitos santos», diz o padre Mendes do Carmo no artigo publicado na primeira página do DM de 15 daquele mês e ano. Apesar das proibições da hierarquia da Igreja bracarense e da sua debilidade física, nunca deixou de receber, com um sorriso, as pessoas que acorriam a Balasar em busca de conselhos espirituais e morais, do dinheiro que Alexandrina recebia dos visitantes e que distribuía às pessoas mais desfavorecidas, ou simplesmente pela curiosidade de ver a mulher que, depois de ter sentido os sofrimentos da Paixão de Jesus (há filmagens de alguns deles), desde a Sexta-feira Santa de 1942 alimentou-se apenas da hóstia consagrada, ou seja, do pão eucarístico. Nos dias 14 e 15 de Outubro de 1955, multidões vindas de toda a parte desfilaram em silêncio ou recitavam orações entre a casa de Alexandrina, situada no lugar do Calvário, e a igreja de Balasar, lugares agora visitados diariamente por centenas de pessoas, muitas de Itália, Estados Unidos, Irlanda… O corpo de Alexandrina esteve em câmara ardente em sua casa até ser levado para a igreja, onde foi celebrada a missa exequial. Os jornais da época relataram que no dia do funeral se esgotaram no Porto as rosas brancas. Quem hoje passar por Balasar, freguesia do concelho da Póvoa de Varzim, pode participar na recitação do Terço, na celebração da Eucaristia — a última Missa é presidida, às 19h00, pelo Arcebispo de Braga — e também na adoração diante do Santíssimo Sacramento solenemente exposto. Além da igreja, para onde foram trasladados os restos mortais da Beata Alexandrina, em 1978, os peregrinos também são esperados na casa em que a “santinha de Balasar” viveu. Que não fica muito longe do salão paroquial e do campo de futebol, locais designados pelo Arcebispo de Braga para o encerramento do Ano Eucarístico, a nível diocesano, no próximo dia 22. De manhã haverá conferências; à tarde, uma missa solene seguida de procissão eucarística.