Baixa-Chiado ao ritmo da Quaresma

Unidade pastoral apresenta propostas para todos, desde a música à liturgia Em início de tempo quaresmal a Unidade Pastoral da Baixa-Chiado, em Lisboa, volta a dinamizar este tempo especial com uma vasta programação entre ciclo de música, retiro e outras celebrações litúrgicas. O Cónego Armando Duarte, responsável pela Unidade Pastoral, regista à Agencia ECCLESIA que “não é apenas em tempo de Quaresma, mas ao longo de todo o ano, que pretendemos que a Igreja tenha uma presença nesta zona, que de facto está muito despovoada de residentes, mas onde passam muitas pessoas”, explica. Pessoas que fazem das paróquias da Baixa-Chiado a sua paróquia de referência durante a semana, outras que vão às compras e entram nas Igrejas, e outros ainda que passeiam na Baixa e gostam de ver a arquitectura, onde se incluem muitos turistas que entram apenas movidos pela arte. É difícil encontrar uma resposta contínua às propostas que a unidade pastoral vai fazendo, “mas o facto de todos os padres destas igrejas terem uma boa relação ajuda muito, sendo também um estímulo”, dá conta o Cónego Armando Duarte. Às pessoas que trabalham nesta zona e que durante a semana fazem destas igrejas a sua referência eclesial, “procuramos ter uma resposta adequada com missas à almoço ou a partir das 20 horas”. Ter as principais igrejas abertas à hora do almoço é também “uma ajuda”. O serviço de confissões, “um na Igreja do Loreto outro na Igreja de São Nicolau”, e disponibilizar alguns panfletos e publicações com interesse para as pessoas poderem levar são apostas das Igrejas da Unidade Pastoral ao longo de todo o ano. Outra iniciativa com bastante sucesso e receptividade são os “Itinerários da fé”, um percurso com visita guiada pelas Igrejas do Chiado e da Baixa. “Uma união entre o património cultural e a vertente evangelizadora”, afirma o Cónego Armando Duarte. Este projecto de comunhão tem cerca de cinco anos. “Experimentámos várias coisas que não deram resultado”, aponta o responsável pela unidade, caso de conferências quaresmais, mas “procuramos valorizar as que são mais úteis para as pessoas”. Durante a Quaresma haverá um Lausperene em São Nicolau. Outra iniciativa que resulta são as vias sacras. Todas as sextas-feiras da Quaresma vai ocorrer uma celebração, entre a Igreja da Madalena e a Igreja do Santíssimo Sacramento, com início às 21h 30 e na Sexta-Feira Santa haverá outra de manhã. Está também planeada uma celebração especial para os doentes, no 2º Domingo da Quaresma, 4 de Março, na na Igreja do Santíssimo Sacramento, onde será celebrada eucaristia e administrado o sacramento da Unção dos Doentes. Concertos Uma iniciativa que não sendo nova, regista uma grande adesão são os concertos . Com três ciclos de música ao longo do ano pastoral – Advento/Natal, Quaresma/ Páscoa e Santos Populares, “procuramos ter música adequada ao tempo litúrgico”, informa o também pároco dos Mártires e do Sacramento. Para este período da Quaresma estão previstos 12 concertos alternadamente na Basílica dos Mártires e Igreja da Madalena. “Procuramos fazer assim para que os agentes de turismo, por exemplo saibam que às 16h todos os Domingos deste tempo há um concerto de música sacra”. Esta proposta cultural é “muito bem recebida”, regista o Cónego Armando Duarte. No entanto “muitos aparecem exclusivamente por causa da música e não é nosso objectivo fazer das Igrejas casas de concerto ou museus”, sublinha. O Ciclo de Música Sacra, que conta já com a sua 3ª edição, começa precisamente no dia 25. Esta proposta cultural volta a animar as tardes de Domingo entre a Igreja da Madalena e a Basílica dos Mártires, onde a entrada é livre. Da música sacra renascentista (Palestrina, Tomás Luis de Vitoria ou Orlando di Lasso) até Bach e Carlos Seixas, entre outros compositores, a iniciativa visa propor uma ampla variedade de sonoridades, especificamente devotadas ao período da Quaresma e da Páscoa. “Sabemos que somos uma referência para toda a diocese uma vez que as pessoas frequentam as Igrejas da Baixa Chiado e levam propostas para as suas paróquias de origem, o que nos pede um maior cuidado com a pregação e com a liturgia, não só com as Igrejas em si”, sublinha o Cónego armando Duarte. A ponte entre o património cultural e artístico e a religião “é um trabalho complementar uma vez que temos a possibilidade de ter várias Igrejas bonitas e algumas delas restauradas, numa área próxima”. Uma paróquia num contexto diferente optimiza a evangelização de outra forma, “nós procuramos aproveitar o que temos”. Mas a cultura pode apelar à evangelização e “a arte é um panfleto irrecusável”, regista.

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