O Estado “deve ser suplente” em situações onde a sociedade funciona melhor, afirmou esta manhã (9 de Setembro) o antigo ministro da Segurança Social, Bagão Félix, no I Congresso da Pastoral Social da Igreja Católica. Em relação à questão dos ATL, Bagão Félix disse que o “Estado violou o princípio da subsidiariedade”. Ao falar no congresso, em Fátima, sobre o tema “Intervir na Sociedade Hoje! Memória e Projecto”, Bagão Félix realçou que “há muitas pessoas que fazem o discurso das Instituições, mas não acreditam nisso”. Na conferência sobre os 25 anos do decreto lei que regula a acção das Instituições Sociais, o orador sublinhou que, actualmente, a “política não se faz muito de convicções”. Muitas vezes, esquece-se o “primado da sociedade em relação ao primado Estado” – lamentou o antigo ministro. E apontou soluções: “Evitar-se cair no excesso da tecnocracia social”, porque “são verdadeiros adversários do bom desempenho das instituições da sociedade”. Os recursos monetários são importantes, “mas não chegam, se não lhes adicionarmos o tempo, as competências, a partilha e a solicitude”. Ao fazer referência ao decreto, da sua responsabilidade quando era secretário de Estado da Segurança Social, o conferencista salientou que aquele diploma “avança com uma ideia de solidariedade não apenas limitada à assistência ou à segurança social”. Passados 25 anos, a realidade social sofreu alterações com as “novas formas de exclusão e novas vulnerabilidades”. Às instituições da Igreja – através do exercício do magistério da caridade – pede que “sejam pioneiras e exemplares nestes domínios”. Este congresso, organizado pela Comissão Episcopal da Pastoral Social, decorre em Fátima até quinta-feira, dia 11.