Francisco recordou refugiados e disse que ninguém pode impor convicções religiosas pela violência
Bacu, 02 out 2016 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje aos responsáveis políticos da região do Cáucaso que façam todos os possíveis para promover a paz, durante um discurso na capital do Azerbaijão, onde chegou esta manhã, vindo da Geórgia.
“A fim de se tornar possível a abertura duma fase nova, propiciadora duma paz estável na região, dirijo a todos o convite a não deixem nada de intentado para se chegar a uma solução satisfatória”, disse Francisco, perante cerca de mil representantes da sociedade civil, do corpo diplomático e das autoridades políticas, incluindo o presidente da República do Azerbaijão, Ilham Heydar Aliyev.
A intervenção recordou todos os que tiveram de deixar a sua terra e os que sofrem por causa de “conflitos sangrentos”.
“Espero que a comunidade internacional saiba oferecer, com constância, a sua ajuda indispensável”, desejou o Papa.
Falando no centro ‘Heydar Aliyev’ de Bacu, o pontífice argentino manifestou o seu desejo de que o Cáucaso,” porta entre o Oriente e o Ocidente” seja um lugar onde se superem divergências, “através do diálogo e da negociação”.
O Papa sustentou que não há “alternativa razoável” à busca às “negociações leais e constantes”.
O discurso aludiu em seguida às tentativas de instrumentalizar convicções políticas ou religiosas para “legitimar desígnios de opressão e domínio”.
“Infelizmente, o mundo experimenta o drama de tantos conflitos que encontram alimento na intolerância, fomentada por ideologias violentas e pela negação prática dos direitos dos mais frágeis”, lamentou o Papa.
Antes de seguir para a Grande Mesquita de Bacu, que recebeu um encontro inter-religioso, acolhido pelo xeque dos muçulmanos do Cáucaso, Francisco afirmou que “o apego aos valores religiosos genuínos” é “totalmente incompatível com a tentativa de impor as próprias conceções aos outros, pela violência”.
O programa oficial desta tarde tinha incluído uma homenagem junto do monumento aos “caídos pela independência”, num momento em que o Azerbaijão se prepara para celebrar 25 anos como nação soberana.
O Papa Francisco visitou a Arménia entre os dias 24 e 26 de junho deste ano, naquela que foi a sua primeira visita ao Cáucaso; esta sexta-feira, na Geórgia, deu início a um segundo périplo pera região.
OC