«É um bocadinho ser ousado, ser diferente», disse Tiago Santos, sobre «um objetivo difícil» no início
Lisboa, 03 mar 2023 (Ecclesia) – O coordenador da programação no Comité Organizador Diocesano (COD) de Aveiro salientou que o “momento emblemático” da chegada dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) à diocese é na estação dos comboios onde passou o Papa João Paulo II.
“Este desembarque vai ser na Estação da CP onde, na década de 80, durante três a quatro minutos João Paulo II, o inspirador destes símbolos da Jornada Mundial da Juventude, parou e no fundo abençoou a nossa diocese com a sua presença”, disse hoje Tiago Santos, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – a Cruz e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani – realizam na tarde desta sexta-feira uma “viagem inédita em Portugal”, vão ser transportados de comboio da Arquidiocese de Braga para a Diocese de Aveiro, onde começa uma nova etapa da peregrinação nacional que termina em agosto.
O padre Leonel Abrantes, diretor do Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil de Aveiro, destaca que esta peregrinação dos símbolos da JMJ “vai ser um momento de bênção”, também pela ligação dos dois símbolos a “São João Paulo II que muita gente tem boa memória”.
Tiago Santos acrescenta que “quase 40 anos da passagem” de João Paulo II, que deu início à JMJ e entregou estes dois símbolos aos jovens, eles tenham “este momento emblemático” na mesma estação da CP – Comboios de Portugal, que recebeu o Papa polaco.
“É um bocadinho ser ousado, ser diferente, é um objetivo difícil. Os primeiros contactos com a Infraestruturas de Portugal e com a CP ouvimos um não, depois perceberam que a ideia era boa, que havia a possibilidade dos símbolos estarem dentro da carruagem, e com o sim deles fazemos este sim grande para toda a Diocese de Aveiro, e com grande alegria vamos receber de Braga os símbolos de comboio”, recorda.
Segundo o coordenador da programação do COD de Aveiro, a partir do trabalho que têm vindo a realizar com os arciprestados (COA’s) e as paróquias (COP’s) e o primeiro “andamento/mandamento” desta peregrinação, os símbolos “tinham de passar pelas 101 paróquias” da diocese, até 2 de abril, Domingo de Ramos.
“Não quer dizer que têm de passar em todas as igrejas, mas temos a certeza que vai passar nas 101 e vai passar por vários extratos da sociedade – as crianças, os jovens, os seniores -, vão viver isto connosco, e dentro dessa programação temos realidades ambientais, ecológicas, sociais e, obviamente, com muito foco na juventude”, acrescentou Tiago Santos.
No Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, o padre Leonel Abrantes realça que “poder acolher” a cruz e o ícone mariano na sua paróquia, no seu centro social, nas mais variadas propostas, “está a mexer muito com as pessoas” e essa vontade até se manifesta em não querer deixar os símbolos sozinhos à noite: “A gente fica com eles em casa, dorme com eles, faz uma vigília na nossa casa”.
O coordenador da área da programação do COD Aveiro, partilha ainda que “não deixa de ser engraçado” que “são os jovens a convidar a sociedade civil, as associações locais, as escolas”, para as suas programações desta peregrinação, “são eles a ser o rosto e mudança que para é o desafiante neste projeto”.
Para Tiago Santos, a nível organizacional, “para além de toda a envolvência da sociedade”, este mês de peregrinação é também “um teste” para o COD perceber “se a sociedade já está aberta para trabalhar” com eles relativamente aos ‘Dias nas Dioceses’, de 26 a 31 de julho, a semana anterior à JMJ Lisboa 2023, que decorre de 1 a 6 de agosto.
“Desde a primeira hora quisemos ser diocese de acolhimento nos ‘Dias nas Dioceses’, e fazer algo diferente; A nossa situação geográfica é muito apetecível: 7 mil peregrinos para cima, de várias dioceses do mundo, andamos a ver se conseguimos ter os cinco continentes”, explicou o padre Leonel Abrantes, adiantando que estão a tentar “chegar à Oceânia”.
HM/CB/OC