Aveiro: Os jovens «queriam fazer tudo e mais alguma coisa» – Habitante da aldeia de Macieira de Alcoba (c/vídeo)

Projeto «MissiOn» decorreu na aldeia situada na região mais interior da diocese  

Foto: Serviço Diocesano de Animação Missionária (SDAM) de Aveiro

Águeda, 26 jul 2019 (Ecclesia) – O Serviço diocesano de Animação Missionária (SDAM) de Aveiro promoveu um Campo Missionário para jovens, que decorreu no interior da região, e decorreu no contacto com população idosa e na realização de trabalho comunitário.

“Macieira de Alcoba é o sítio mais desfavorecido a nível de atividades e dinamismo, por estar na serra, afastado a nível diocesano, na fronteira com a Diocese com Viseu. Achamos ser o local mais indicado para iniciar o projeto”, disse à Agência ECCLESIA o padre Pedro Barros, assistente espiritual do SDAM, que acompanhou os jovens na MissiOn

A aldeia, hoje habitada por 30 pessoas, recebeu os jovens que, alojados em regime de acampamento e numa vivência comunitária, visitavam as pessoas durante algumas horas do seu dia, disponibilizando-se para ajudar nas tarefas dos habitantes que encontravam nas ruas.

“No ano passado andaram com a motosserra e a ceifeira, eles queriam fazer tudo e mais alguma coisa, mas eles sabiam tanto como eu. Eu nunca peguei numa ceifeira e na motosserra. Tenho tudo o que faz falta, mas não sei”, recorda Maria Lopes, 80 anos, habitante de Macieira de Alcoba.

Viúva, vai passando algumas temporadas em casa dos filhos, em Águeda, onde convive com os três netos, e lamenta a falta de juventude na terra que a viu nascer, a si e ao seu marido.

A par do trabalho comunitário durante o dia, as noites apresentaram diferentes propostas de missão.

“Ontem tivemos uma sessão de cinema, as pessoas gostaram. Hoje vamos ter missa, vamos rezar o terço, no ano passado fizemos a procissão das velas. As pessoas gostam da dinâmica e da presença dos jovens”, esclarece Sílvia Conceição, da equipa de animação do SDAM.

https://www.youtube.com/edit?o=U&video_id=wqLlMHjGPwQ

Os participantes da semana missionária estiveram também na instituição particular de solidariedade social «O Mágico», animando uma manhã com músicas e orações.

Um dos utentes, Fernando Ateias, com 60 anos, levou para a instituição o seu acordeão, mas há cinco anos que não tocava, situação que mudou ao perceber a animação que os jovens trouxeram à instituição.

Maria Isolina, outra utente n’«O Mágico», valoriza a atenção que os mais novos prestam aos mais velhos.

“Eu acho que eles estão a fazer bem, muito bem. Sabe, nós, muitas vezes ficamos parados, a matutar em coisas que nem devemos… A gente tira-se desse ritmo e entra por outro”, explica a senhora que encontrou na residência amigas com quem passar o tempo.

A animação e as músicas trouxeram a Augusto Santos Soares as memórias dos bailes em que gostava de participar, quando era novo.

“Já são 88 anos, ainda consigo dançar, mas custa muito”, explica.

 

Na instituição os jovens foram ainda convidados a ajudar na distribuição do almoço aos utentes com mais dificuldade.

Para Simão Nogueira, acólito na paróquia da Glória, a experiência de ajudar pessoas mais velhas deixou-o “felicíssimo” percebendo que, com pouco tornar o seu dia melhor.

Margarida Miranda, da mesma paróquia, valorizou a possibilidade de se sentir útil: “Senti que queria ajudar, digam-me que eu quero ajudar, e senti que eles precisavam de mim, para que sentissem que alguém os ouve”, indica.

Sofia Castanhas, da paróquia de Mamarrosa, é de poucas palavras, mas foi com disponibilidade que se aproximou dos idosos, dançou e conversou.

“Eu acho que eles se sentem bem com isso. Estão ali muito isolados, por vezes não são visitados pela família e ter um grupo de jovens é muito importante para eles”, valoriza.

A reportagem junto dos participantes do campo missionário do SDAM vai ser emitida no programa 70×7, no domingo, dia 28 de julho, na RTP2, às 17h50.

LS

 

 

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