Aveiro: Natal vai ter menos dinheiro mas mais solidariedade, diz bispo

Em tempo de «austeridade implacável» esta festa não pode ser «apenas» um «momento de tréguas frente à inclemência injusta de tantas provações»

Aveiro, 20 dez 2011 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, considera que as dificuldades financeiras não vão impedir os portugueses de serem mais solidários e darem motivos de esperança aos sem-abrigo, desempregados, estrangeiros, doentes e idosos.

“Acredito que neste Natal mais solidário, ainda que vivido com menos, vamos todos reacender a luz da esperança em muitos lares, sobretudo naqueles que precisam de trabalho, que procuram a paz e que buscam a harmonia da felicidade”, escreve o responsável na mensagem natalícia enviada à Agência ECCLESIA.

Dirigindo-se aos católicos da sua diocese, o prelado pede-lhes que encontrem “famílias para aqueles que as não têm”, como os “estudantes estrangeiros”, “sem-abrigo” e carenciados, repartindo “proximidade, alegria e bens, graças à generosidade de pessoas, instituições e comunidades cristãs”.

“Deste modo e de tantos outros que a ousadia da criatividade e da caridade inspirem, a luz do Natal vai brilhar no sorriso do rosto das crianças, no pão repartido em todas as mesas, no carinho junto dos doentes e idosos e na presença que nos faz próximos dos mais sós”, assinala.

D. António Francisco dos Santos frisa que “neste tempo de crise prolongada e de austeridade implacável para tantas famílias, o Natal não pode ser apenas um oásis no deserto ou um momento de tréguas frente à inclemência injusta de tantas provações para os mais pobres”.

A festa do nascimento de Jesus “deve ser caminho para quantos procuram Deus e luz para todos os que esperam dos cristãos respostas concretas e compromissos corajosos de comunhão solidária e de fraternidade efetiva com os que mais sofrem”, aponta o bispo na mensagem.

“O Natal será tanto mais autêntico quanto mais o centrarmos em Jesus Cristo e quanto melhor soubermos fazer deste tempo, ao jeito dos pastores de Belém e a exemplo dos magos, sábios vindos do Oriente, uma oportunidade de procura de Deus e uma experiência de encontro com a Humanidade”, acrescenta.

O texto sublinha que a “humanidade nova” nascida do Natal “transporta em si os valores perenes da inviolabilidade da vida, da dignidade da pessoa humana, do respeito pela família e da construção do bem comum, entre tantos outros que faltam ao mundo de hoje e à cultura do nosso tempo e cuja falta é tantas vezes a raiz da crise” atual.

RJM

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