Aveiro: Mar e ria despertam espiritualidade no Centro Jean Gailhac

Silêncio, sobriedade e espírito de serviço aliam-se à natureza para acender oração pessoal

Ílhavo, Aveiro, 29 Mar (Ecclesia) – Entre a ria e o Atlântico, o Centro de Espiritualidade Jean Gailhac, em Ílhavo, é um espaço de “calma e serenidade, onde a ansiedade e o barulho externo se diluem”, diz Cláudia Pacheco, uma das responsáveis da casa.

A religiosa de 41 anos é uma das cinco freiras do Instituto do Sagrado Coração de Maria pertencentes à comunidade situada na praia da Costa Nova, diocese de Aveiro, que a ECCLESIA visitou.

“O objectivo desta casa não é férias. Não é uma residencial nem um hotel”, acentua a irmã, realçando que a finalidade “exclusiva” deste centro católico, que recebe entre 800 a 900 pessoas por ano, é proporcionar “formação espiritual e oração”.

No interior opta-se pelo despojamento: “Tentamos ser sóbrias. Não é que seja uma casa austera, mas não gostaríamos que muita coisa fosse distracção visual”, explica Cláudia Pacheco, que aponta para breves passagens da Bíblia suspensas nas paredes.

Os quartos, com cama e escrivaninha, são “simples”, e o ambiente distancia-se da comodidade, obedecendo ao princípio de privilegiar a procura de Deus: “Gostaríamos que fosse um spa espiritual”, diz a religiosa, aludindo aos centros hoteleiros onde se promove o bem-estar físico e psicológico.

A capela, concebida para facilitar a concentração no “essencial”, pode ser observada a partir de vários pontos da habitação, e a sua localização permite que “toda a energia da casa” se oriente para ela.

[[a,d,1897,(emissão 27-03-2011) ]]Além da água e das dunas – Deus “encontra-se em qualquer sítio, mas a natureza é um dos espaços privilegiados onde está” – os espaços e a atitude das religiosas norteiam-se pela quietude: “Acho que é bom educarmos para o silêncio. E esta casa proporciona isso”, diz Cláudia Pacheco.

O terreno arenoso não é propício às plantas mas no jardim crescem pinheiros mansos e flores, enquadrando um “espaço extremamente calmo” com acesso directo ao Atlântico, com o mar a constituir “um elemento fundamental para o silêncio e o encontro” com Deus.

O centro, banhado pela luminosidade – “todos os poros da casa respiram o sol” – dispõe de um oratório, um auditório com capacidade até 40 pessoas, salas de trabalho e convívio, refeitório e bar, além de um espaço com peças que contam a história da congregação fundada no século XIX pelo padre francês Jean Gailhac.

A coordenar a cozinha, “por onde passa muito do bem-estar do estômago, que também é necessário”, a irmã Teresa revela o espírito hospitaleiro, indispensável para avivar a espiritualidade de quem frequenta o centro.

“O nosso amor a Deus passa pelo amor a toda a gente. Sabemos que o nosso serviço é uma doação contínua, quer seja no meio das panelas, quer seja junto das pessoas, a ajudá-las ou a dar uma palavra amiga”, refere.

O acolhimento “é um dos fortes” do centro: “A partir do momento em que entram, já são da casa”, afirma Cláudia Pacheco, que acrescenta: “Partilhamos facilmente a mesa, o café e os nossos bolos Gailhac”.

O programa ECCLESIA na Antena 1 tem dedicado os domingos da Quaresma a centros de espiritualidade: além desta casa na praia da Costa Nova, o programa visitou o Mosteiro de Avessadas, em Marco de Canaveses e a Casa de Exercícios de Santo Inácio, em Sintra, seguindo-se o Convento de Balsamão, em Macedo de Cavaleiros.

PRE/RM

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