Aveiro: «Encontrar, escutar e discernir. Isto é o Sínodo» – D. António Moiteiro

Assembleia deu início a processo sinodal e apresentou Plano pastoral «Sonhemos Juntos o caminho»

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Aveiro, 17 out 2021 (Ecclesia) – D. António Moiteiro afirmou hoje ao dar início ao Sínodo dos Bispos na diocese de Aveiro que importa privilegiar o caminho agora iniciado “a conversão” e o “caminhar juntos”.

“O Papa Francisco não nos pede resposta, mas antes que escutemos o Espírito para fazer caminho, que converta o nosso coração e nos torne mais Igreja. Não nos encontramos para resolvermos problemas, mas para mudarmo-nos, para nos convertemos e caminharmos juntos”, afirmou o responsável na abertura da assembleia que deu início ao Sínodo dos Bispos na diocese, e simultaneamente apresentou o plano pastoral, «Sonhemos Juntos o caminho».

As dioceses portuguesas assinalam, a partir deste domingo, a fase inicial de consulta e mobilização das comunidades católicas no processo sinodal convocado pelo Papa, que decorre até 2023.

A auscultação das Igrejas locais é uma etapa inédita, desenhada pelo Papa Francisco, que pediu a cada bispo que replicasse a celebração de abertura que decorreu no Vaticano, a 9 e 10 de outubro, com uma cerimónia diocesana.

O bispo de Aveiro quis adequar à realidade diocesana “três verbos” que o papa Francisco elegeu para abrir, no passado domingo, o Sínodo no Vaticano: “Encontrar, escutar e discernir”: “Isto é o Sínodo”.

D. António Moiteiro manifestou “sintonia com o Papa Francisco e desejo de “iniciar a aprofundar” na diocese o caminho proposto.

“Todos somos membros do povo de Deus. Depois do encontro é necessário escutarmo-nos uns aos outros, para depois, irmos discernindo o que Deus e o espírito têm para nos dizer, à nossa Igreja, os tempos de hoje e na fidelidade ao que Deus quer de cada um de nós”, sublinhou

O responsável indicou que o encontro exige “atenção, tempo, disponibilidade” e aprendizagem para a escuta mútua.

“Somos chamados a ser peritos na arte do encontro, não na organização de eventos, mas no encontro do Senhor e para favorecer o encontro entre nós”, reconheceu.

O bispo de Aveiro alertou para a tentação de fazer do Sínodo “uma coisa de padres”: “Temos de falar todos para que não seja uma coisa de padres. Falamos de uma igreja clerical, e tantas vezes os leigos que colaboram nas paróquias têm um espirito clericalista. Isto é de colaboração entre todos”, sublinhou.

D. António Moiteiro pediu uma “Igreja inclusiva e participativa” e afirmou que “o que deve ser realizado pela maioria deveria ser pensado pela maioria”.

“O processo sinodal é converter mentalidades e converter o coração. Isto custa muito, a nós padres e aos leigos. Abrir esta consulta a pessoas que não são do nosso âmbito. Como lá chegamos? Difícil. Que cheguem desejos de mudança da Igreja, não apenas queixas. Todos temos caminho a percorrer”, sustentou.

No auditório do Seminário de Aveiro, com a presença de sacerdotes e diáconos, institutos religiosos e serviços, secretariados diocesanos e movimentos, foi apresentado o programa pastoral, “imbuído do espírito da Sinodalidade”.

D. António Moiteiro vai presidir à Eucaristia às 17h horas, na igreja do Seminário.

O bispo de Aveiro nomeou o padre Licínio Cardoso, coordenador da pastoral diocesana, responsável pela equipa que vai coordenar o processo sinodal em Aveiro, e que conta com quatro elementos do Conselho Diocesano de Pastoral: Maria Filomena Seca, Maria de Fátima Marques, Sérgio Martins e Fernanda Capitão.

O percurso para a celebração do Sínodo está dividido em três fases, entre outubro de 2021 e outubro de 2023, passando por uma fase diocesana e outra continental, que dará vida a dois instrumentos de trabalho distintos, antes da fase definitiva, ao nível mundial.

LS

Notícia atualizada às 16h30

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