Criação de serviços de ação social paroquial vai evitar que os mais desfavorecidos tenham de procurar respostas «de maneira dispersa»
Aveiro, 06 dez 2011 (Ecclesia) – O Secretariado Diocesano da Pastoral Sociocaritativa de Aveiro está a sensibilizar a comunidade local para a importância da criação de um serviço de ação social em cada paróquia, correspondendo ao apelo dos bispos portugueses.
Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, o padre João Gonçalves, responsável por aquele organismo, realça que embora sejam “poucas as paróquias que não têm algum grupo”, falta por vezes “ligação entre as pessoas”, o que faz com que os esforços desenvolvidos nem sempre sejam os mais eficazes.
“Se as paróquias estão distraídas, os pobres continuam a aparecer, sem ter respostas, ou vão procurar respostas onde calha, de maneira dispersa”, lamenta o vigário para a Pastoral Social.
Para estimular as forças locais a um trabalho ativo e organizado junto dos mais carenciados, e ao mesmo tempo “sentir o pulso” a todos quantos estão envolvidos na pastoral sociocaritativa da região, a Igreja aveirense promoveu este domingo o primeiro “Encontro Diocesano de Voluntários da Pastoral Social”.
Cerca de 250 participantes encheram o auditório do Seminário de Santa Joana, no âmbito desta iniciativa, que contou com a presença do bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos.
De acordo com o padre João Gonçalves, esta é apenas uma pequena parte das muitas pessoas que trabalham diariamente na diocese, em prol dos mais necessitados, inseridos em organismos como as “Caritas paroquiais, os vicentinos ou grupos visitadores de doentes”.
“Só na área da pastoral sociocaritativa, colaboraram atualmente cerca de duas mil pessoas”, adiantou o sacerdote, que espera agora que esta primeira reunião de voluntários possa favorecer o “trabalho de mobilização” que o Secretariado tem vindo a fazer.
“Numa altura em que há tantas carências, que isto sirva de estímulo para que outras pessoas enveredem também por este caminho do voluntariado de pastoral social”, apontou.
A criação de um serviço de ação social em cada paróquia do país partiu de uma proposta apresentada em setembro pela Comissão Episcopal da Pastoral Social.
O organismo defende a “articulação” entre os diversos “carismas, serviços e ministérios” existentes em cada paróquia, no sentido de se obterem “respostas para as verdadeiras necessidades das pessoas”, em tempos de crise.
Para possibilitar a implementação daqueles serviços, o Secretariado Nacional da Pastoral Social, em parceria com a Caritas Portuguesa, começou a desenvolver um conjunto de ações de formação destinadas a futuros agentes sociocaritativos.
A próxima sessão de preparação para formadores realiza-se no sábado, em Aveiro.
JCP