«O ano jubilar e esta peregrinação é um tempo para pormos em prática valores sociais e religiosos» – D. António Moiteiro
Aveiro, 21 nov 2023 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro afirmou que o ano jubilar da catedral e a peregrinação da pastoral sócio caritativa são um tempo para porem “em prática valores sociais e religiosos”, na homilia da Missa da iniciativa dinamizada no Dia Mundial dos Pobres.
“A fé cristã supõe a atenção ao outro. Quem se torna um discípulo de Jesus deve ser um agente da misericórdia de Deus para com as pessoas, os pobres e os pecadores. A pregação de Jesus apresenta-nos as obras de misericórdia, para podermos perceber se vivemos ou não como seus discípulos”, disse D. António Moiteiro, este domingo, na Sé de Aveiro.
Na homilia, da Missa do Jubileu das Instituições de Solidariedade Social que encerrou a peregrinação solidária da pastoral sócio caritativa, o bispo de Aveiro explicou que, em toda a sua vida, Jesus identificou-se com “aquelas pessoas cuja dignidade estava, por vezes, diminuída ou fragilizada”, por isso, ter misericórdia é “a configuração por excelência do rosto dos seguidores e seguidoras de Jesus”.
O Secretariado Diocesano da Pastoral Sócio Caritativa promoveu uma peregrinação solidária no Dia Mundial do Pobre, que a Igreja Católica assinalou este domingo, 19 de novembro, com o tema «Nunca afastes de algum pobre o teu olhar», citação do livro bíblico de Tobias.
A Diocese de Aveiro informou que o ofertório da Eucaristia “reverterá para o Projeto de Apoio de reabilitação da Saúde Oral das pessoas em estado de reclusão – uma prioridade para a integração e ressocialização sociofamiliar” – coordenado pela Assistência Espiritual do Estabelecimento Prisional de Aveiro; a iniciativa começou na igreja da Misericórdia de Aveiro, com abertura de D. António Moiteiro, passaram pelo túmulo de Santa Joana, com recitação da oração de canonização, terminando com a bênção e envio na Missa, na Sé.
A partir da leitura do Evangelho deste domingo, o bispo de Aveiro explicou que a parábola dos talentos fala “com insistência, da atitude da vigilância”, o trabalho intenso que deseja fazer frutificar os dons recebidos “não deve afastar da atitude da vigilância, pelo contrário, é essa a maneira de velar segundo a vontade do Pai”, destacando que o “tesouro que Deus colocou nas mãos é a capacidade de trabalho”.
D. António Moiteiro explicou que a simplicidade de vida, que o Evangelho propõe, “nasce do amor aos outros e traz algumas exigências à vida de discípulos de Jesus”, afirmando que têm de “tomar consciência” de que a relação do homem com os bens materiais “não é de domínio, mas sim de simples administração” e não podem chamar seu “àquilo que pertence a todos”.
“O ano jubilar que estamos a viver e que esta peregrinação é exemplo disso mesmo, é um tempo para pormos em prática valores sociais e religiosos, louvarmos a Deus, celebrando com alegria os seus gestos salvadores, reconhecendo que tudo recebemos das suas mãos e que nós não passamos de administradores dos seus bens.”
O bispo de Aveiro afirmou que a comunhão eclesial “é comunhão de vida, de caridade e de verdade” e, enquanto ligação do homem com Deus, “cria uma nova relação entre os próprios seres humanos e manifesta a natureza sacramental da Igreja”.
“Para que a comunhão não seja algo abstrato é necessário que se estimule a comunicação, a relação interpessoal e de grupo, o trabalho em equipa, a colaboração”., acrescentou na homilia do jubileu das Instituições de Solidariedade Social de Aveiro.
Com o lema ‘Igreja de Aveiro peregrina na esperança’, a Diocese de Aveiro está a viver o Ano Jubilar da sua catedral, concebido pelo Papa Francisco, desde o dia 13 de maio, até ao mesmo dia e mês de 2024.
A “Grande Festa de Encerramento” deste Ano Jubilar, segundo a programação, é no dia 11 de maio de 2024, em Aveiro.
CB