D. António Francisco dos Santos revela preocupação por excluídos
Aveiro, 23 dez 2013 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro vai partilhar o jantar de Natal com sem-abrigo da cidade, anunciou na sua mensagem para esta celebração, na qual alerta para as diversas formas de rejeição e exclusão na sociedade.
“Com esse espírito, partilharei a Ceia de Consoada com os sem-abrigo da cidade e de junto deles partirei para a Eucaristia de Natal na Sé”, revela D. António Francisco dos Santos, que já em 2012 dedicou esta hora a quem está só.
O prelado fala na necessidade do “Natal de Jesus”, num tempo de “povos sem pátria, de nações sem paz, de pessoas sem-abrigo, de lares sem amor, de famílias sem trabalho, de bocas famintas, de emigrantes dispersos pelo mundo e tantas vezes rejeitados e excluídos, de suicídios a aumentar, de violência a crescer e de desalento a bater à porta de tanta gente”.
D. António Francisco dos Santos explica na mensagem enviada à Agência ECCLESIA que com São Francisco de Assis a Igreja “aprendeu” a fazer presépios para Jesus e com o Papa Francisco “reaprende a ser casa de bênção e de ternura para os que sofrem e a abrir a mesa de família e de refeição aos pobres”.
Na missiva, o prelado começa por contextualizar o Natal neste tempo e apresenta o exemplo de Abraão, um bebé de “apenas” 16 dias, de “rosto pequenino, olho vivo, cabelo preto e farto”, que foi acolhido por uma instituição da Igreja em Aveiro.
“Sabemos que a mãe do Abraão foi abandonada pelo marido e não consegue sozinha cuidar do filho mais velho, que é deficiente, e do mais pequenino. […] São assim as nossas mães! Sempre mais próximas dos filhos que mais precisam”, acrescentou.
Pelo exemplo deste Abraão, “que uma funcionária aconchegava ternamente ao seu regaço de mãe” o bispo de Aveiro explica que existe a necessidade do Natal para que “haja, ao jeito de Maria de Nazaré, regaços fecundos de mães onde a vida se receba, famílias onde a ternura, a bondade e a alegria se fortaleçam e comunidades cristãs onde as bem-aventuranças se vivam em cada passo do caminho”.
Para D. António Francisco dos Santos, o “melhor” presépio de Jesus “será sempre o coração dos pobres em espírito, dos puros, dos misericordiosos, dos pacíficos, dos que fazem das bem-aventuranças critério de vida”.
Ainda a viver o espírito da Missão Jubilar que terminou no dia 8 de dezembro e assinalou, durante um ano o 75.º aniversário da restauração da Diocese de Aveiro, o documento intitula-se “Natal Jubilar”.
Nesse sentido, a mensagem destaca que neste Advento, o tempo litúrgico de quatros semanas que antecede o Natal, “milhares de pessoas e de famílias das cento e uma paróquias da Diocese” se sentiram “mais próximas, mais unidas e mais felizes e decidem a sonhar uma Igreja renovada e a edificar um mundo melhor”.
CB/OC