D. António Moiteiro publica carta pastoral para o Ano Santo extraordinário
Aveiro, 15 dez 2015 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro alertou que a palavra misericórdia “parece não ter lugar no vocabulário” da cultura e mentalidade contemporâneas, numa Carta Pastoral, no contexto do Jubileu dedicado a este tema.
“Fruto da cultura e mentalidade contemporâneas, que tendem a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia, é imprescindível torná-la conhecida, trazê-la à existência com o significado e atributos que ela merece”, escreveu D. António Moiteiro.
Na Carta Pastoral enviada à Agência ECCLESIA, o prelado assinala que o tema da misericórdia “exige ser reproposto” com um novo entusiasmo e uma ação pastoral renovada.
“É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe ela mesma a misericórdia”, observou.
O bispo de Aveiro explicou que a misericórdia de Deus “é maior do que qualquer pecado”, e sendo que Deus “é amor-caridade”, a misericórdia pode considerar-se o “coração de toda a espiritualidade cristã”.
D. António Moiteiro decifrou que a palavra 'misericórdia' significa 'coração sensível' não no sentido de “um simples sentimento”, mas “um coração atento à necessidade do outro, sobretudo do frágil, do pobre”.
Na Carta Pastoral, publicada no sítio online da Diocese de Aveiro, o prelado assinala que em “todas as circunstâncias” o que movia Jesus era “apenas” a misericórdia, uma virtude que em cada pessoa “introduz no dinamismo do perdão e da reconciliação” com o próprio Deus e, “sobretudo, com o irmão”.
“A pessoa movida por misericórdia reconhece e sente a sua própria fragilidade e pequenez, sendo ela mesma sinal de misericórdia”, desenvolveu, acrescentando que o discípulo de Jesus Cristo deve ser “um agente de misericórdia” com as pessoas, “os pobres e os pecadores”.
A Carta Pastoral – Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36); Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mt 5,7) – foi a base da homilia do bispo de Aveiro na abertura da ‘Porta Santa’ da catedral da diocese, este domingo.
D. António Moiteiro destacou que a 'porta' é um símbolo de entrada e saída enquanto expressão de “querer integrar” uma comunidade que anuncia, celebra e vive a sua fé e enquanto “abre ao mundo”, o espaço onde o cristão “deve testemunhar a sua fé e construir uma sociedade nova”.
O bispo de Aveiro recorda ainda que os meios propostos para a vivência do Ano Jubilar são a peregrinação, o jejum/partilha, o sacramento da reconciliação e a indulgência, até 20 de novembro de 2016.
CB/OC