Reação a condenação de arcebispo de Adelaide, acusado de encobrir um caso de abuso sexual infantil
Lisboa, 03 jul 2018 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Australiana reagiu hoje, em comunicado, à condenação judicial do arcebispo de Adelaide, acusado de encobrir um caso de abuso sexual infantil, manifestando-se solidária com as vítimas.
“A Igreja fez mudanças substanciais para assegurar que o abuso e o encobrimento já não são parte da vida católica e que as crianças estão seguras nas nossas comunidades”, assinala um comunicado divulgado pelo organismo episcopal.
O arcebispo de Adelaide, D. Philip Wilson, foi condenado hoje a uma pena de prisão de 12 meses por encobrir um caso de abuso sexual infantil pelo padre James Fletcher, durante a década de 1970.
Os bispos católicos da Austrália reconhecem que “os efeitos do abuso sexual podem durar toda a vida”, mas esperam que a sentença judicial “possa causar alguma uma sensação de paz e cura aos que foram abusados pelo padre James Fletcher”.
“É precisa muita coragem para os sobreviventes se apresentarem e contarem as suas histórias. Os sobreviventes têm sido vitais para nos ajudarem a aprender a lição da nossa vergonhosa história de abuso e ocultação, que foi desnudada na Comissão Real para Respostas Institucionais ao Abuso Sexual Infantil e inquéritos de estado”.
No último mês de maio, D. Philip Wilson, de 67 anos. tinha sido considerado culpado por não informar a polícia, entre 2004 e 2006, dos abusos sexuais cometidos pelo já falecido sacerdote James Fletcher, afastando-se do governo da diocese.
A 3 de junho, o Papa nomeou D. Greg O’Kelly como administrador apostólico para a Arquidiocese de Adelaide, o qual passou a ter a seu cargo toda a gestão da vida diocesana.
O jesuíta D. Greg O’Kelly informou os católicos da arquidiocese australiana que D. Philip Wilson foi condenado a seis meses de prisão efetiva, com um período adicional de seis meses em liberdade condicional.
A pena está em suspenso até 14 de agosto, para avaliar se o arcebispo poderá de cumprir a sentença em prisão domiciliária.
“Testemunhei a angústia e a dor das vítimas. A Igreja tem de continuar a fazer todos os esforços para os ouvir e apoiar”, escreveu o administrador apostólico.
OC