5ª Assembleia Diocesana da Pastoral Social em Portalegre-Castelo Branco alertou para consequências do desemprego
Abrantes, Santarém, 15 mar 2014 (Ecclesia) – Os responsáveis da Diocese de Portalegre-Castelo Branco promoveram hoje em Abrantes a 5ª Assembleia da Pastoral Social, com alertas para as consequências das atuais políticas de austeridade sobre a vida das famílias.
A iniciativa, com o tema ‘Família, Solidariedade e Estado Social’, incluiu uma intervenção do antigo ministro das finanças, António Bagão Félix, sobre o tema ‘A Centralidade da Família nas Políticas Sociais’.
O especialista referiu à Agência ECCLESIA que as famílias são o “barómetro social” da crise, em particular no que diz respeito às consequências do desemprego.
“O primeiro combate deve ser contra o desemprego, porque a primeira e verdadeira segurança social de qualquer pessoa é ter trabalho”, precisou.
Segundo Bagão Félix, a crise e a austeridade “têm atingido severamente as famílias” por causa de uma lógica de “aridez humana” e de “cortes cegos”, que acaba por gerar “fenómenos acrescidos de falta de equidade”, levando a que Portugal esteja numa “situação insustentável”, face à situação de desemprego de centenas de milhares de pessoas.
Um dos autores do chamado ‘Manifesto dos 70’, que defende uma reestruturação responsável da dívida, entende ser importante encontrar “denominadores comuns” para criar uma “cultura de compromisso”.
Elicídio Bilé, diretor do Secretariado da Pastoral Social na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, destacou por sua vez que o aumento do desemprego na região e as consequências das atuais políticas sociais prejudicam “fortemente” as famílias.
O responsável recorda a situação “terrível” das pessoas que se encontram a viver sozinhas e o progressivo “definhar” da atividade económica.
Neste momento, há cerca de 5 mil famílias apoiadas em permanência, nesta região, por grupos ligados à Igreja Católica.
“Quando as políticas sociais falham, nós não podemos falhar”, defende o diretor, que também preside à Cáritas diocesana.
A jornada decorreu no auditório da escola secundária Dr. Manuel Fernandes e começou por abordar o tema ‘Desemprego, combate prioritário na Região Transfronteiriça’.
A última conferência do dia intitulou-se ‘O serviço à Família iluminado pela Doutrina Social da Igreja’, seguindo-se a Missa presidida pelo bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias.
“Há famílias que sentem dificuldades e batem constantemente à porta”, disse à Agência ECCLESIA o prelado.
O também presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família alerta para a necessidade de “formação” e de aprofundar a “solidariedade” na ação da Igreja, neste setor específico.
PR/OC