Auschwitz não deve ser esquecida

Papa faz balanço da viagem à Polónia Bento XVI pediu que a humanidade “não esqueça Auschwitz nem as fábricas de morte onde o regime nazi tentou eliminar Deus para tomar o seu lugar”. O Papa apresentava, na audiência geral desta manhã, um balanço da viagem que, de 25 a 28 de Maio, o levou até à Polónia, terra natal do seu predecessor, João Paulo II. No campo nazi de Auschwitz-Birkenau, “lugar tristemente célebre no mundo inteiro” e noutros campos semelhantes, Hitler fez exterminar “seis milhões de judeus”, lembrou hoje o Papa, perante cerca de 35 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, evocando ainda “os 150 mil polacos e dezenas de milhares de homens e mulheres de outras nacionalidades” assassinados em Auschwitz. Bento XVI fez votos para que a humanidade “não ceda à tentação do ódio racial, que está na origem das piores formas de anti-semitismo”. Na linha do que tinha afirmado este Domingo, o Papa apresentou uma leitura teológica da Shoah e da questão da ausência de Deus– particularmente mal-interpretada ao longo destes dias – explicando que “perante os horrores de Auschwitz, a única resposta é a Cruz de Cristo: o amor que desce até ao fim do abismo do mal para salvar o homem na sua raiz, onde a sua liberdade pode revoltar-se perante Deus”. Em oração, o Papa pediu que “os homens possam voltar a reconhecer que Deus é o Pai de todos e a todos nos chama, em Cristo, a construir juntos um mundo de justiça, de verdade e de paz”. Etapas de emoção Bento XVI traçou um quadro das grandes etapas desta viagem apostólica, agradecendo “aos católicos e a todo o povo polaco” pelo seu “calor humano e espiritual”. De Varsóvia, primeira etapa, o Papa lembrou o encontro com o clero local e a iniciativa ecuménica, lembrando que assumiu, novamente, “o firme propósito de considerar o compromisso pela reconstituição da unidade plena e visível como uma verdadeira prioridade do meu ministério”. Na Praça Pilsudski, disse ainda, reviveu momentos históricas como a Missa presidida por João Paulo II ou o funeral do Primaz Stefan Wyszynski. De Czestochowa a Kalvaria, do Santuário da Divina Misericórdia ao de Jasna Gora, Bento XVI sublinhou a passagem por outros santuários “simbólicos”, muito queridos de Karol Wojtyla, como Wadowice, a sua cidade natal, e a Catedral de Wavel em Cracóvia. O encontro com os jovens, em Cracóvia, foi considerado como “outra bela experiência”, bem como a Missa do dia seguinte. Ambos os momentos foram ocasião, segundo o Papa, para “renovar o anúncio estupendo da verdade cristã sobre o homem, criado e redimindo em Cristo”. “Todos os cristãos – concluiu – devem sentir-se comprometidos em dar este testemunho, para evitar que a humanidade do terceiro milénio possa conhecer horrores semelhantes aos que foram tragicamente evocados no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau”.

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