Atentados à vida vão continuar depois do referendo

“Independente do resultado do dia 11 de Fevereiro, vamos continuar a assistir a atentados à vida”, afirmou D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra numa entrevista ao Correio de Coimbra. “O desfazer de famílias, a superficialidade irresponsável de muitas relações sexuais, a inconsciência com que se anda nas estradas, no modo leviano como se aceita a eutanásia”, são exemplos apontados pelo Bispo como situações em que se “põe a cabeça na areia” e em que se procuram respostas imediatas sem procurar as causas mais profundas. “Há droga? Abram-se salas de chuto. Há adolescentes a adiantarem-se em experiências de sexo? Dêem-se-lhes preservativos. Há dramas de muitas grávidas? Aconselhe-se e pague-se-lhes o aborto”, refere D. Albino Cleto. O Bispo de Coimbra tem acompanhado atentamente a campanha sobre o referendo ao aborto e enaltece a acção dos cristãos de Coimbra em vários movimentos estabelecidos para o efeito, mas também a acção da paróquias através dos movimentos apostólicos, “na organização de sessões informativas e de vigílias de oração” e a presença e dinamismo “têm sido a mais actuante participação da Igreja diocesana nesta campanha”. Também D. Albino Cleto, de forma discreta, tem marcado presença e dinamizado mas “a partir do meu lugar”. O encontro com cristãos que se disponibilizam para a campanha, através do contacto com o clero diocesano nos encontros pastorais e “insistindo em que, nas celebrações litúrgicas, apresentassem a doutrina cristã sobre a origem e o valor sagrado da vida, bem como as consequências morais que daí advêm” e que fora do altar “apoiassem os leigos”. Considera que não pode julgar ninguém, nem os cristãos que votem “Sim”, admitindo que “tenham ideias diferentes da minha relativamente à missão da Igreja na vida pública ou ao valor da vida humana no embrião”. Sobre a pergunta posta a referendo afirma que “ que a vida não é referendável”, por isso “nunca redigiria essa pergunta”. O Bispo de Coimbra aponta que a questão deveria ser mais “clara e frontal” e lamenta que “em alguns debates, se tenha questionado-se se o embrião é ou não «pessoa»”, afirmando que se “foge à questão”, sublinhando que centenas de médicos afirma que “no embrião há «vida», então naturalmente, há «vida humana»”. Sobre algumas críticas acerca da ausência de acções concretas de apoio à maternidade, D. Albino Cleto esclarece que tanto em Coimbra, como espalhadas por todos o país “há várias instituições que fazem esse trabalho”, sublinha, recordando a Associação de Defesa e Apoio da Vida (ADAV), o Centro de Aconselhamento Familiar (CAF) ou “o acolhimento de mães solteiras feito pelas nossas Religiosas Adoradoras do Santíssimo Sacramento e da Caridade”, entre outros exemplos a nível nacional. Recorda o Bispo de Coimbra, que no seu percurso de 47 anos de padre “já absolvi diversas culpadas de aborto, propondo-lhes a penitência curativa que julguei conveniente”, nunca procedendo a uma denúncia. “Mas no meio destas situações vi lágrimas”, recorda. Até ao próximo dia 11, vai “aguardar com serenidade”, lembrando apenas que “a conduta dos cristãos se “orienta pela vontade de Deus e não pela lei civil” e que a luta pela Igreja e pela defesa e dignidade da vida humana “vai continuar”. Com Correio de Coimbra

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