Bispos sublinham «a importância Ordinariato Castrense para a missão da Igreja em Portugal» e nomearam responsáveis para o próximo triénio para serviços nacionais
Fátima, 13 nov 2025 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) valorizou o trabalho do Ordinariato Castrense junto das Forças Armadas e das Forças de Segurança, afirmando que é um exemplo de como “a fé cristã não se afasta do espaço público”.
“A Igreja, através do Ordinariato Castrense de Portugal, reafirma que a fé cristã não se afasta do espaço público. Enviada ao coração das Forças Armadas e das Forças de Segurança, torna-se presença viva de Cristo no meio daqueles que servem e protegem o bem comum, sustentando-os com a luz do Evangelho e a força da esperança”, refere o comunicado final da Assembleia Plenária da CEP, que hoje terminou, em Fátima.
Os bispos sublinham a “importância do Ordinariato Castrense para a missão da Igreja em Portugal”, indicando que “a sua realidade pastoral e institucional foram temas que estiveram em reflexão na Assembleia, resultado de uma consulta aos capelães e colaboradores do Ordinariato”.
![]() Em resposta aos jornalistas, D. José Ornelas assinalou que a reflexão “surge da própria natureza da evolução da organização das Forças Armadas”, lembrando que hoje os capelães do quadro são “poucos”, sendo a assistência religiosa assegurada habitualmente em regime de “prestação de serviços”. Para o presidente da CEP isso coloca “problemas novos”, admitindo que “não é fácil para as dioceses disponibilizarem padres exclusivamente” para o Ordinariato Castrense. “Temos de encontrar um quadro adaptável de presença, de uma forma que se enquadre dentro da realidade objetiva e organizacional” das Forças Armadas e de Segurança, cada uma com “quadros diferentes”, observou D. José Ornelas. O bispo de Leiria-Fátima descartou a hipótese do “fim dos capelães” militares, mas assumiu o diálogo para uma “organização diferente”. “Não há nenhum contencioso, não há nenhum problema”, acrescentou. |
O comunicado final da Assembleia Plenária da CEP diz que a reunião dos bispos de Portugal, “destacou os tempos desafiantes que se vivem em Portugal, com tensões políticas, desigualdades sociais e erosão da confiança nas instituições, que apelam ao exercício de uma cidadania responsável, à redescoberta da dignidade humana e do valor do bem comum”.
Os bispos afirmaram que “o aumento do número de migrantes no país interpela a nossa capacidade de integração e acolhimento” e, para estudar “uma resposta concertada de todas as realidades eclesiais que trabalham nesta área”, lembraram o “Fórum Migrações” que vai decorrer em Fátima, no dia 15, sábado, por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa.
“O diálogo ecuménico e inter-religioso apresenta-se, também neste âmbito, como caminho de esperança e fraternidade”, acrescenta o documento.
O comunicado final lembra também “o sofrimento causado pelas guerras, conflitos e perseguições por motivos de fé que grassam na Europa e no resto do mundo”, convocando todos para “rezar por uma paz ‘desarmada e desarmante’, como pede o Papa Leão XIV, assim como pelos bons resultados da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP 30) que está a decorrer na Amazónia.
“Que os líderes mundiais encontrem consensos na procura de resposta às urgências climáticas, recordando o apelo do Papa Francisco ao cuidado da Casa Comum e à conversão ecológica proposta pela Laudato Si’”, acrescenta o comunicado final.
Na Assembleia Plenária, que começou na última segunda-feira, os bispos de Portugal nomearam ou homologaram também responsáveis para diferentes serviços na Igreja Católica em Portugal, para o próximo triénio.
O padre Francisco António Clemente Ruivo, da Diocese de Santarém, foi nomeado coordenador do Serviço Nacional da Pastoral dos Idosos, e o padre José Gil de Borja Pinheiro Ribeiro, da Diocese de Setúbal, como diretor da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde.
A Assebleia Plenária nomeou como assistentes nacionais: o padre José Carlos Teixeira Ribeiro, da Diocese do Porto, dos Convívios Fraternos; o irmão Teófilo Mingas, marista, da Confederação Portuguesa dos Antigos Alunos do Ensino Católico (COPAAEC); o padre Hélder Reinaldo Abreu Gonçalves, da Diocese do Funchal, da Nacional da Ação Católica Rural (ACR); o padre Miguel Maria Sousa Rêgo de Cabedo e Vasconcelos, do Patriarcado de Lisboa, das Equipas Jovens de Nossa Senhora (EJNS); e o padre Fernando Rodrigues de Carvalho, da Diocese de Coimbra, do Movimento Esperança e Vida (MEV).
PR/OC
Notícia atualizada às 16h20

