Assassinato do Núncio Apostólico no Burundi é um caso sem precedente

O assassinato do representante da Santa Sé no Burundi, arcebispo Michael Courtney, representa um caso sem precedente na história moderna do Vaticano. Michael Courtney foi atingido por três tiros, um deles na cabeça, quando circulava de automóvel acompanhado de dois sacerdotes, a 40 quilómetros da capital. O Núncio apostólico foi depois transportado para o hospital, onde acabaria por falecer. Mesmo nos períodos mais turbulentos do século XX, como a II guerra mundial ou a guerra fria, nenhum representante vaticano foi atingido mortalmente. O arcebispo Courtney, irlandês, tinha 58 anos e a sua acção diplomática á o tinha levado ao Egipto, África do Sul, Zimbabwe, Senegal, Índia, Cuba e ao Conselho da Europa em Estrasburgo. Para a agência missionária Misna, especializada em assuntos africanos, mais do que um caso extraordinário e sem precedente, estamos na presença de um momento de viragem na história do Burundi, onde a guerra civil que continua a opor Hutus a Tutsis já provocou, nos últimos anos, cerca de 300 mil mortos e outros tantos refugiados, numa população de cerca de 6 milhões de habitantes. O exército nacional tema atirado as culpas do acontecido à Forças Nacionais de Libertação (FNL,)única força rebelde ainda na luta armada contra o governo, enquanto a FNL devolve as acusações em sentido contrário.

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