Ásia: Papa aborda crise dos rohingya encontrando-se com refugiados e com comandante do Exército de Mianmar

Novos apontamentos de agenda apresentados pelo Vaticano

Cidade do Vaticano, 22 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai reunir-se em privado com o comandante do Exército de Mianmar e com refugiados rohingya, no Bangladesh, anunciou hoje o porta-voz do Vaticano.

Greg Burke, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, apresentou hoje aos jornalistas o programa atualizado da viagem, que vai decorrer entre 26 de novembro e 2 de dezembro.

Francisco vai reunir-se a 30 de novembro com o comandante do Exército, general Min Aung Hlaing, em Rangum.

Um “pequeno grupo” de refugiados rohingya vai estar presente num encontro inter-religioso pela paz na capital de Bangladesh, Daca, na tarde de 1 de dezembro.

O porta-voz do Vaticano adiantou que o Papa vai deslocar-se em carro fechado, não-blindado, nas suas deslocações nestes países, onde os cristãos são uma minoria (1,27% da população em Mianmar, 0,24% no Bangladesh).

De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os refugiados, cerca de 650 mil refugiados rohingya do Estado Rakhine, em Mianmar, fugiram para Bangladesh nos últimos meses.

As duas nações estão no centro da crise humana que atinge a minoria rohingya, vistos pela população maioritariamente budista de Mianmar como imigrantes ilegais do Bangladesh, não lhes sendo reconhecida a cidadania.

Francisco será o primeiro Pontífice a visitar o Mianmar e o segundo no Bangladesh, num regresso à Ásia, quase três anos depois.

O Papa vai percorrer mais de 17 mil quilómetros, numa agenda que inclui encontros com a antiga Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, responsáveis políticos, líderes católicos e com o Conselho Supremo dos Monges Budistas de Mianmar.

No Bangladesh, o Papa Francisco vai visitar o memorial nacional aos mártires de Savar, falando a autoridades políticas e religiosas.

O programa inclui um momento inter-religioso de oração pela paz.

O Papa fez até hoje 20 viagens internacionais, nas quais visitou o Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba e Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal e Colômbia, bem como as cidades de Estrasburgo (França), onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).

OC

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