Ásia: Coreia do Norte e do Sul anunciam tratado de paz para a região

Papa Francisco tinha desafiado os presidentes dos dois países a serem «artífices» de uma nova era para a região e para o mundo

Lisboa, 27 abr 2018 (Ecclesia) – Os líderes das Coreias do Norte e do Sul anunciaram hoje um tratado de paz para acabar de modo oficial com o conflito na península coreana, correspondendo assim aos anseios do Papa Francisco e da Igreja Católica na região.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, pode ler-se que Kim Jong-un e Moon Jae-in “declaram solenemente que não haverá mais guerra na Península Coreana, e que uma nova era de paz vai começar”.

Comprometem-se ainda a enveredar esforços para uma “completa desnuclearização” das duas nações, que pretendem assim um contexto livre de armas de destruição maciça.

Os dois responsáveis asiáticos colocam assim um ponto final a mais de 65 anos de conflito naquele território.

A ‘Declaração para a Paz, Prosperidade e Unificação da Península Coreana’ vai ser assinada até final deste ano.

Antes disso, o presidente da Coreia do Sul, Kim Jong-un, anunciou que irá estar de visita ao seu congénere do Norte, durante o próximo outono.

Enquanto os líderes da Coreia do Norte e do Sul se encontravam, os católicos das diversas dioceses da península reuniram-se em oração.

“É nosso desejo sincero que a partir de agora se inaugure um diálogo a longo prazo. O diálogo pode abrir as portas à paz, à prosperidade e à reconciliação na região”, afirmou à Agência Fides o padre Ho Chang, sacerdote coreano.

Já o portal do Vaticano fala no início de uma “nova história” na Península Coreana.

Numa mensagem proferida no contexto da cimeira entre os dois países, o Papa manifestara a sua esperança num caminho concreto de reconciliação e de uma renovada fraternidade.

“A todos os que têm responsabilidades políticas diretas, peço que tenham a coragem da esperança, tornando-se artífices da paz, e exorto-os a prosseguir com confiança o caminho empreendido pelo bem de todos”, referiu Francisco, esta quarta-feira.

Já os bispos coreanos destacavam o caráter “histórico” deste encontro, “ponto de viragem” também para a paz no mundo.

“Estamos perante um momento muito importante para nós, que permitirá remover todos os obstáculos que nos separam”, salientava D. Peter Lee Ki-heon.

O presidente do Comité dos Bispos para a Reconciliação da Península Coreana classificava ainda esta cimeira como uma “oportunidade preciosa dada por Deus ao povo coreano”.

Este acordo de paz vem trazer um novo horizonte para os vários missionários cristãos que, de acordo com a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, permanecem detidos na Coreia do Norte.

JCP

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Agência ECCLESIA

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