As riquezas da Igreja

Uma questão fracturante, a que muitos cristãos não sabem responder

Com um valioso património histórico e artístico, muitos são os que questionam a “riqueza” dos bens da Igreja, os templos grandiosos, as alfaias preciosas. Evocando a pobreza de Jesus, ou os gestos despojados de figuras históricas, advogam a renúncia desses bens. Baluarte na missão para que está vocacionada, na caridade e na solidariedade, compete à Igreja potenciar pastoralmente esse legado, protegê-lo e estimá-lo. Do mesmo modo, não seria concebível que, invocando a miséria no mundo, se vendessem as obras de arte dos grandes museus ou aniquilasse o património dos Estados.

Bens que são, em muitos casos, património classificado e da humanidade, resultam de doações feitas ao longo dos tempos, por cristãos e comunidades de fiéis. Constituem, portanto, uma herança legítima, que a Igreja perpetua, como qualquer instituição, para servir os seus fins: o culto, a evangelização e o serviço da comunidade.

Património inalienável, aceites os imperativos legais, duvida-se também da necessidade de o administrar. Podiam utilizar alfaias mais simples. E de facto, exceptuando os casos de flagrante mau gosto, procuram-se ainda hoje obras de arte de qualidade, capazes de cumprir com dignidade a sua missão e traduzir a grandeza da fé. Já sem a ostentação de outros tempos, mas não descurando a beleza como meio de potenciar a sua função, não se cultiva, evidentemente, a ideia do bem precioso para mera fruição estética.

As do passado, aquelas que herdámos, as que preenchem as nossas igrejas, reflectindo os gostos e as circunstâncias históricas de cada tempo, constituem o melhor testemunho da fé das comunidades que as materializaram, assumindo, por isso, um valor insubstituível para os cristãos.

 

Sandra Costa Saldanha

Com um valioso património histórico e artístico, muitos são os que questionam 
a “riqueza” dos bens da Igreja, os templos grandiosos, as alfaias preciosas. Evocando 
a pobreza de Jesus, ou os gestos despojados de figuras históricas, advogam a renúncia 
desses bens. Baluarte na missão para que está vocacionada, na caridade e na 
solidariedade, compete à Igreja potenciar pastoralmente esse legado, protegê-lo e 
estimá-lo. Do mesmo modo, não seria concebível que, invocando a miséria no mundo, 
se vendessem as obras de arte dos grandes museus ou aniquilasse o património dos 
Estados. 
Bens que são, em muitos casos, património classificado e da humanidade, 
resultam de doações feitas ao longo dos tempos, por cristãos e comunidades de fiéis. 
Constituem, portanto, uma herança legítima, que a Igreja perpetua, como qualquer 
instituição, para servir os seus fins: o culto, a evangelização e o serviço da comunidade. 
Património inalienável, aceites os imperativos legais, duvida-se também 
da necessidade de o administrar. Podiam utilizar alfaias mais simples. E de facto, 
exceptuando os casos de flagrante mau gosto, procuram-se ainda hoje obras de arte 
de qualidade, capazes de cumprir com dignidade a sua missão e traduzir a grandeza da 
fé. Já sem a ostentação de outros tempos, mas não descurando a beleza como meio de 
potenciar a sua função, não se cultiva, evidentemente, a ideia do bem precioso para 
mera fruição estética.
As do passado, aquelas que herdámos, as que preenchem as nossas igrejas, 
reflectindo os gostos e as circunstâncias históricas de cada tempo, constituem o 
melhor testemunho da fé das comunidades que as materializaram, assumindo, por 
isso, um valor insubstituível para os cristãos.
Sandra Costa Saldanha

 

 

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Agência ECCLESIA

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